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De aliados a inimigos: disputa entre PCC e Comando Vermelho se arrasta há 5 anos

Morte do megatraficante Jorge Rafaat, em 2016, iniciou disputa entre facções por rotas de tráfico a partir do Paraguai

Da Redação, com Jornal da Band

A expansão do Comando Vermelho do Rio para o interior paulista, sob influência do PCC, é um novo capítulo de uma guerra envolvendo as duas maiores facções criminosas do país, que tem um histórico de conflitos sangrentos.

O Comando Vermelho perdeu força para o PCC, na fronteira, e no Rio, com o avanço das milícias. Agora, tenta conquistar territórios em outros Estados, como revelou o Jornal da Band nessa semana. Investigações da polícia apuram a possibilidade de chefões da facção paulista estarem buscando apoio com os criminosos cariocas, devido a disputas internas no PCC pelo controle do esquema milionário do tráfico de drogas para a Europa. 

Mas a guerra sangrenta pelo controle do tráfico de drogas e armas se arrasta há cinco anos e envolve antigos aliados.

O estopim para a disputa foi o assassinato do megatraficante Jorge Rafaat, o "rei da fronteira", que fornecia drogas para as duas facções. Ele foi morto pelo PCC em junho de 2016, no Paraguai. Depois, a facção paulista tomou o controle das rotas das principais rotas do tráfico e deixou o Comando Vermelho de lado.

Em 2017, seguindo seu projeto de expansão do crime organizado, o PCC tentou invadir a maior favela do país: a Rocinha, no Rio de Janeiro, dominada pelo Comando Vermelho, mas o ataque falhou.

No ano seguinte, em 2018, o PCC mudou a estratégia e passou a tentar tomar controle de presídios no Norte e Nordeste do país. O resultado foi uma guerra entre facções apoiadas pela organização criminosa paulista e grupos ligados ao Comando Vermelho. Os massacres no sistema prisional só cessaram depois da transferência de detentos para penitenciárias federais.