Pente fino: INSS convoca nova perícia para quem recebe auxílio-doença

Quem não responder à convocação e não marcar perícia em 30 dias terá o benefício cancelado

Da Redação, com Jornal da Band

Atenção quem recebe auxílio-doença: o INSS vai fazer um pente fino e pode cortar o benefício de quem não passar por perícia. As informações são do Jornal da Band.

Durante a pandemia do novo coronavírus, as agências do INSS ficaram fechadas por cinco meses. Perícias marcadas foram todas suspensas.

Na reabertura, os médicos decidiram não voltar. Quando o serviço foi retomado, houve filas enormes e muita reclamação, porque o benefício foi suspenso - por falta de perícia.

Agora os problemas podem aumentar. A partir de agosto, 170 mil pessoas que recebem por incapacidade temporária terão que se apresentar em uma agência para nova perícia. Estão na mira desse pente fino os que ganham o benefício sem data de suspensão há mais de seis meses, e não passaram por pericia nesse período.

Se é o seu caso, fique atento para não perder a data. Quem não responder à convocação e não marcar perícia em 30 dias terá o benefício cancelado.

“Exames de imagem, tomografia, ressonância magnética... Tudo que ele tiver relacionado à doença dele é importante que ele leve à perícia no dia que ele for convocado”, avisa Adriana Bramante, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP).

Dificuldades

Solicitar o auxílio, muitas vezes, pode se tornar uma tarefa burocrática e complicada.

Depois de uma cirurgia no braço esquerdo e implantar 11 pinos, a manicure Márcia Bezerra da Silva não consegue mais fazer as mesmas tarefas de antes.

Ela sofreu um acidente em 2015. Apesar dos laudos e das sequelas, ela jamais recebeu qualquer auxílio.

“Eu fico triste”, lamenta. “Me ajudava muito se eu conseguisse.”

Apesar dos laudos, o INSS afirma que os critérios técnicos não foram confirmados para conceder o benefício à manicure. O caso dela não é isolado.

“Tem muita gente sendo prejudicada, que tem o direito nítido, como a gente está vendo nesse caso, e é indeferida a perícia”, acredita o advogado Luiz Almeida.

Há três meses afastado por causa de um problema na coluna, o ajudante de motorista Cláudio Gonçalves também aguarda o benefício. Enquanto isso, vai se virando como pode.

“Sem R$ 1 no bolso, tem que pedir dinheiro emprestado. Liga para a mãe, liga para os parentes... E assim vai vivendo o dia a dia”, descreve.

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