Jornal da Band

PF investiga esquema de propina ao delegado Rivaldo, suspeito no caso Marielle

Relatório da PF indica que empresa em que esposa de Rivaldo era sócia recebeu quase R$ 4 milhões de construtoras ou imobiliárias controladas por multinacional

Da redação

O delegado Rivaldo Barbosa era titular da Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro, quando a vereadora Marielle Franco foi assassinada. Ele foi preso mês passado suspeito de receber R$ 400 mil em propina para proteger os mandantes do crime: os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão.

Agora, a Polícia Federal (PF) revelou uma ligação entre o delegado e a gestora de ativos imobiliários Brookfield, multinacional canadense que administra mais de R$ 900 bilhões em ativos pelo mundo.

Segundo investigadores, o delegado recebia dinheiro de propina por meio da Armis Consultoria Empresarial. A esposa de Rivaldo aparece como única sócia da empresa, mas o relatório da PF mostra que era ele quem conversava com os clientes. A assinatura dos e-mails tem até um emoji de policial.

O relatório indica que, entre 2016 e 2020, a Armis faturou quase R$ 4 milhões. Mais de 80% dessa receita vieram de construtoras ou imobiliárias controladas pela Brookfield.

Dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) indicam que, ao todo, foram 229 transferências. Apenas a "TG Rio de Janeiro" pagou mais de R$ 1 mihão.

Em nota, a Brookfield disse que as empresas que contrataram a Armis fazem parte do portfólio de duas de suas incorporadoras, a Tegra e a Erbe.

A Tegra confirmou o pagamento por um serviço de consultoria de segurança, mas afirmou que encerrou o contrato em 2020. 

A Erbe em nota disse: “A Erbe Incorporadora informa que a empresa Armis Consultoria Empresarial Eireli prestou serviços de consultoria em segurança, com alocação de equipes especializadas, para empreendimentos no Rio de Janeiro. A Erbe não mantém vínculo contratual com esta prestadora de serviços desde 2019. Os serviços prestados estão suportados por evidências e documentação comprobatória”.

O advogado de Rivaldo disse que não iria se manifestar.

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