Jornal da Band

Processos de pensão alimentícia dobram em 5 anos no Brasil

Mais de 11 milhões de mães criam os filhos sozinhas, sem nenhuma ajuda dos pais

Por Rodrigo Leite

São quase 35 milhões de lares brasileiros chefiados por mulheres, o que representa 48% do total, segundo dados do IBGE. E para quem é mãe solteira, a tarefa é ainda mais difícil. É o caso da auxiliar de vendas Camila Moraes, que tem uma filha de seis anos e cuida de tudo sozinha.

A legislação brasileira prevê que os filhos têm direito à pensão alimentícia até completarem 18 anos ou até 24 anos se estiverem estudando. Caso não ocorra o pagamento da pensão, a Justiça pode determinar que os avós o façam.

 “Mais de 90% dos pedidos são para homens que não exercem a paternidade como deveriam. E isso configura abandono afetivo e material”, explica Rodrigo da Cunha Pereira, presidente do nstituto Brasileiro de Direito da Família (IBDFAM).

Entre 2014 e 2019, o número de novos processos de pensão alimentícia praticamente dobrou no país, de acordo com o Conselho Nacional de Justiça. No ano passado foram 460 mil pedidos.

“Muitas vezes ocorre variações dos valores de mensalidades escolares, custo de vida, inflação, são fatores que alteram o valor e determinam ajustes na pensão”, explica o advogado Frederico Glitz.