Jornal da Band

Vice deve assumir presidência interina do Irã e convocar eleições em 50 dias

Governo iraniano confirmou a morte do presidente Ebrahim Raisi nesta segunda-feira (20)

Da redação

A morte do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, devido a um acidente de helicóptero, mexeu no tabuleiro do poder num dos países mais importantes do Oriente Médio. O político era cotado para suceder o líder supremo do país, Ali Khamenei, quem realmente manda no país.

No helicóptero, além de Raisi, estava o ministro das Relações Exteriores, Hussem Amir Abdullaian.  Durante todo o último domingo (19), o mundo ficou sem saber o que tinha acontecido. Na manhã desta segunda-feira (20), veio a confirmação de que todos que ocupavam a aeronave morreram.

Raisi voltava da inauguração de uma represa na fronteira do Irã com o Azerbaijão. O helicóptero caiu numa área montanhosa de Varzaquan, a pouco mais de 500 quilômetros da capital Teerã.

Hoje, o governo do Irã fez uma reunião de emergência. O vice-presidente Muhammad Mukhbar deve assumir o cargo de forma interina e tem até 50 dias para convocar novas eleições. Foram anunciados cinco dias de luto.

Raisi tinha 63 anos e chegou à presidência do Irã em 2021, depois de vencer uma eleição sem rivais. Era considerado linha-dura no extremismo religioso que governa o país há 45 anos.

Foi no governo de Raisi que as leis da chamada "defesa da moralidade" ficaram mais rígidas. Centenas de mulheres foram punidas por não usarem o véu adequadamente. O caso emblemático foi da jovem Masha Amini, morta sob custódia da guarda do governo. Foi o estopim para protestos jamais vistos no Irã e reprimidos duramente pelo então presidente.

A morte gerou emoções opostas. Enquanto multidões rezavam por Raisi em Teerã, exilados iranianos comemoravam a morte do dele. Na Alemanha, relembraram a participação do gestor no julgamento de presos políticos, em 1988. Ele atuou como um dos juízes do Comitê da Morte, que decretou milhares a morte.

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