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Ex-ministro Milton Ribeiro deixa sede da PF em São Paulo após decisão da Justiça

Ex-ministro Milton Ribeiro é suspeito de prática de corrupção passiva e tráfico de influência sobre supostos repasses irregulares do FNDE

Da redação

A Justiça decretou a soltura do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro na tarde desta quinta-feira (23). A decisão foi assinada pelo desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). A decisão é liminar e vale até o julgamento do caso pela Terceira Turma do TRF-1.

Por volta das 15h de hoje, Ribeiro deixou a sede da PF em São Paulo, onde estava preso. O advogado Daniel Bialski disse à BandNews FM que o ex-ministro, agora, segue para a casa de familiares.

No pedido feito ao TRF-1, a defesa de Ribeiro argumentou que o cliente sempre colaborou com as investigações e que os advogados não tiveram acesso ao teor da decisão que decretou a prisão. 

“Salientam que o preso sempre colaborou com as investigações, inclusive deixando e abrindo mão de seu sigilo, o que novamente o faz. E para afastar qualquer irregularidade ou ilicitude arguida, são apresentadas a sua declaração, bem como de sua esposa”, destacou a defesa ao desembargador que assinou o documento.

Mais cedo, em entrevista ao BandNews TV, o advogado de Ribeiro insistiu na falta de motivação jurídica para a prisão preventiva do ex-ministro do presidente Jair Bolsonaro.

“Essa prisão era necessária? Aos olhos da defesa, não, porque a prisão é excepcional e é a última alternativa. Existem outras medidas como prisão domiciliar, não contato com testemunhas, não viajar, que podem, da mesma forma, acautelar esse processo”, argumentou o advogado Bialski.

Liberdade não é risco para a investigação

Na decisão, Ney Bello pontua que, no estado democrático, ninguém pode ser preso sem o devido acesso à decisão que motivou a prisão, em resposta ao pedido da defesa sobre o sigilo sobre a investigação contra Ribeiro.

“Refutando os argumentos contidos na indigitada decisão, verifico que a busca e apreensão já foi realizada, as quebras de sigilos já foram deferidas e não há razão o bastante para a manutenção da prisão, sem a demonstração concreta de onde haveria risco para as investigações”, afirmou o desembargador.

Decisão estendida a outros presos

O desembargador também estendeu a decisão aos demais indiciados e presos, entre eles os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura Correia. Ambos são investigados são suspeitos de negociarem repasses irregulares FNDE para prefeituras os quais intermediam relações com o Ministério da Educação (MEC).

Os outros beneficiados foram Helder Diego da Silva Bartolomeu e Luciano de Freitas Musse. Ney Bello deu 24 horas para o cumprimento da decisão.

Áudios vazados

Em áudios divulgados em março, o então ministro dizia que a “priorização” de determinadas prefeituras seria um pedido do Bolsonaro. Dias depois, o ministro negou a participação do presidente e pediu demissão do MEC.

Ontem, a PF cumpriu 13 mandados de busca e apreensão e 5 de prisão em Goiás, São Paulo, Pará, além do Distrito Federal. Outas medidas cautelares, como proibição de contatos entre os investigados e envolvidos, também foram efetuadas.

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