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“Se Jesus voltasse hoje iria para Cracolândia e não para o Vaticano”, diz Karnal

“A Cracolândia tem o ser humano mais alvo de danos psíquicos e físicos e mais alvo de violência. É ali que ele iria”, afirmou o historiador no Canal Livre

Da redação

O historiador, professor e escritor Leandro Karnal foi o convidado do Canal Livre desta semana. O programa falou sobre Jesus, os evangelhos e as diferentes interpretações para os textos sobre o profeta que se tornou pilar do cristianismo, religião seguida por mais de dois bilhões de pessoas.

Para Karnal, caso voltasse hoje, Jesus não iria para o Vaticano. Mas sim para lugares como a Cracolândia, no centro de São Paulo, por terem pessoas consideradas os mais excluídos, os piores da sociedade.

“Jesus não reconheceria essas igrejas que invocam o seu nome hoje, por exemplo, e digo isso como estudioso e não religioso. Se Jesus voltasse hoje, o lugar que eu imagino Jesus em São Paulo é a Cracolândia, porque isto é coerente com a sua tradição de buscar os mais excluídos, os piores da sociedade. E não o Vaticano. A Cracolândia tem o ser humano mais alvo de danos psíquicos e físicos e mais alvo de violência. É ali que ele iria. Isto de acordo com os evangelhos”, disse.

O historiador foi questionado sobre a longevidade do cristianismo. Ele explicou que a religião está presente nos dias de hoje devido suas adaptações. 

“Você tem 2 maneiras de ler isso. Eu vou ler como historiador. A primeira, utilizada por muitos cristãos, é a prova da aspiração válida metafísica das igrejas, ou seja, fundadas por Deus. Ela sobrevive. Só aparece no decamerão de boccaccio, quando um judeu convertido disse, a igreja sobrevive aos seus pastores, é porque ela deve. Ela deve ter algo assim. Um segundo dado que é o contrário do que eu disse. A sobrevivência é possível por causa da traição do espírito original. Ou seja, adaptação foi a marca da sobrevivência”, disse. 

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