Ministros do governo de Jair Bolsonaro e magistrados do Supremo Tribunal Federal e de outras cortes superiores temem que o presidente Jair Bolsonaro acabe envolvendo os militares na briga com o Judiciário. As informações são da colunista da BandNews TV Mônica Bergamo.
Ministros de governo, como o recém-chegado na Casa Civil Ciro Nogueira, além do presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), transitaram por gabinetes do STF e outros tribunais superiores para tentar apaziguar as tensões, especialmente junto aos magistrados, pregando algum tipo de acordo, como mudanças pequenas no sistema que envolve as urnas eletrônicas, como aumento de fiscalização e auditagem - o que poderia amenizar as críticas do presidente contra o sistema eleitoral.
Nos bastidores, existe o temor de que Bolsonaro “estique mais a corda” nos embates com membros do Supremo, envolvendo a ala militar de sua base na disputa política.
Por outro lado, magistrados e políticos temem que o presidente da República descumpra decisões judiciais do STF, violando a Constituição em um ato que seria inédito desde a redemocratização do Brasil.
Por conta do cargo, Bergamo explica que poucas medidas efetivas poderiam ser tomadas contra Bolsonaro caso ele não cumprisse tais determinações, causando a desmoralização do Judiciário e criaria um impasse entre os três poderes.
Na última quinta, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, anunciou o cancelamento da reunião que haveria entre os chefes de poderes. Em contrapartida, Bolsonaro disse que o inquérito aberto pelo ministro Alexandre de Moraes é “ilegal” e que o antídoto para isso estaria também "fora das quatro linhas da Constituição".
Bolsonaro segue alegando que houve fraude nas eleições de 2018, mesmo sem apresentar provas concretas dessa acusação.
