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Em decreto, Putin reconhece independência de regiões separatistas na Ucrânia

Rebeldes apoiados por Moscou combatem militares ucranianos desde 2014, época em que a Península da Crimeia foi anexada à Rússia

Da redação com BandNews TV

O presidente Vladmir Putin, da Rússia, assinou um decreto que reconhece a independência de duas regiões separatistas da Ucrânia que são pró-Moscou, segundo comunicado oficial do Kremlin. A decisão divulgada nesta segunda-feira, 21, acirra ainda mais as tensões entre os dois países.

Agências internacionais informam que Putin ligou, hoje, para o presidente Emanuel Macron, da França, e para o chanceler Olaf Scholz, da Alemanha, para informar aos líderes que reconhecerá a soberania da região de Donbass, onde vivem separatistas russos em territórios oficialmente ucranianos.

Na região, dois grupos locais autoproclamaram a independência do que seriam as repúblicas populares de Donetsk e Luhansk. Rebeldes apoiados por Moscou combatem militares ucranianos desde 2014, quando o então presidente Víktor Fédorovych Yanukóvytch (Ucrânia), pró-Rússia, foi deposto. Na mesma época, a Península da Crimeia foi anexada pelo Kremlin.

As tensões na região crescem desde a última semana, pois várias violações de cessar-fogo foram registradas. Uma bomba, inclusive, atingiu uma escola infantil. Russos e ucranianos se acusam quanto à responsabilidade do atentado.

Diante desses episódios mais a crise de uma possível invasão à Ucrânia, caso aceite ser membro da Otan, aliança militar do Ocidente, apoiadores de Putin pedem o reconhecimento da independência de Donetsk e Luhansk. O movimento aumentará as tensões russo-ucranianas.

Putin se encontra com separatistas

Ainda hoje, antes de um comunicado em cadeia nacional, Putin se reuniu com os líderes das regiões de Donetsk e Luhansk. Eles pediram para o presidente reconhecer a soberania das áreas autoproclamadas independentes. No mesmo dia, membros do Conselho de Segurança da Rússia defenderam a iniciativa.

Na semana passada, o parlamento russo aprovou a assinatura de um decreto unilateral que dar o poder de Putin reconhecer as autodeclaradas repúblicas populares de Donetsk e Luhansk. Juntas, elas formam a província de Donbass, no Leste da Ucrânia. Na região, o conflito já matou mais de 14 mil pessoas.

“Considero necessário tomar uma decisão muito atrasada: reconhecer imediatamente a independência e a soberania da República Popular de Donetsk e da República Popular de Luhansk”, disse Putin no comunicado de hoje.

Putin menciona tratado de amizade

Apesar da decisão, Putin reforçou a assinatura futura de um tratado de amizade e assistência mútua entre Rússia e Ucrânia. O líder russo ainda pediu o fim das hostilidades de Kiev contra Moscou.

“E daqueles que apreenderam e detém o poder em Kiev, exigimos a cessação imediata das hostilidades. Caso contrário, toda a responsabilidade pela possível continuação do derramamento de sangue será inteiramente da consciência do regime que governa o território da Ucrânia”, exigiu Putin.

Putin relembra criação da Ucrânia

Após as conversas com Mácron e Scholz, Putin discursou em rede nacional para falar sobre a história da criação da Ucrânia, que se formou por terras polonesas, romenas, húngaras e russas. 

“Então, às vésperas e após a Segunda Guerra Mundial, Stalin já anexou à URSS [União das Repúblicas Socialistas Soviéticas] e transferiu para a Ucrânia algumas terras que antes pertenciam à Polônia, Romênia e Hungria", disse Putin. “E em 1954, por alguma razão, Khrushchev [líder soviético] tirou a Crimeia da Rússia e a deu à Ucrânia. Na verdade, foi assim que o território da Ucrânia soviética foi formado”, continuou.

Rússia, Ucrânia e Otan

Em paralelo ao reconhecimento da independência de Donetsk e Luhansk, Rússia e Ucrânia vivem outro embate. Putin é terminantemente a presença da Otan, aliança militar do Ocidente, no Leste europeu. Isso será possível se Kiev aceitar um eventual convite da organização em que os Estados Unidos é um dos principais membros.

Os EUA e aliados acreditam na possibilidade de invasão russa à Ucrânia. Putin nega qualquer interesse armado contra o vizinho, mas cobra “respostas satisfatórias” e diplomáticas sobre o ingresso de Kiev na Otan.

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