O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, afirmou em delação premiada à Polícia Federal que testemunhou um encontro entre o ex-presidente e comandantes das Forças Armadas. Segundo ele, o político teria consultado os militares sobre um possível golpe de Estado.
A Band apurou que o general Marco Antônio Freire Gomes, do Exército, e o brigadeiro Batista Júnior, da Aeronáutica, se posicionaram contra a proposta de golpe. Porém, o comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, teria se colocado à disposição.
Ainda segundo a delação do ex-ajudante de ordens, Bolsonaro avaliou que só o apoio da Marinha não seria o suficiente. Além disso, uma minuta de golpe foi apresentada ao ex-presidente, onde seriam previstas novas eleições e prisão de adversários do então presidente.
Saiba quem são os militares que teriam sido consultados por Jair Bolsonaro para um possível golpe de Estado.
General Freire Gomes
Marco Antônio Freire Gomes nasceu na cidade de Pirassununga, estado de São Paulo, em 31 de julho de 1957. Ele é filho do coronel de Cavalaria do Exército Francisco Valdir Gomes e de Maria Enilda Freire Gomes.
Ele estudou nos colégios militares do Rio de Janeiro e de Fortaleza, foi incorporado às fileiras do Exército em 14 de fevereiro de 1977, na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende, no Rio, e foi declarado Aspirante a Oficial da Arma de Cavalaria em dezembro de 1980.
Ele realizou cursos de formação, aperfeiçoamento, altos estudos, política, estratégia e alta administração do Exército. Realizou os cursos Básico Paraquedista; Mestre de Salto; Salto Livre; Avançado de Salto Livre; Ações de Comandos; Forças Especiais; Logística e Mobilização da Expressão Militar do Poder Nacional; e Segurança Presidencial. No exterior, realizou o Curso de Gerenciamento de Crises e o Curso de Contraterrorismo e Coordenação Interagências, ambos nos Estados Unidos; e o Senior Mission Leaders Course, no Egito.
Na carreira militar, serviu no 10º Regimento de Cavalaria Mecanizado (RC Mec), em Bela Vista, no Mato Grosso do Sul); no 10º Esquadrão de Cavalaria Mecanizado, em Recife; e no 16º RC Mec, em Bayeux, na Paraíba.
Também serviu no 1º Batalhão de Forças Especiais e no Comando da Brigada de Infantaria Paraquedista, no Rio de Janeiro, e integrou o Grupo de Observadores das Nações Unidas na América Central (Onuca). Foi comandante do 1º Batalhão de Ações de Comandos, em Goiânia, e instrutor na Aman..
Como general, esteve nos cargos de comandante da Brigada de Operações Especiais e do Comando de Operações Especiais, em Goiânia; 1º Subchefe do Comando de Operações Terrestres (Coter), em Brasília; comandante da 10ª Região Militar, em Fortaleza; secretário-executivo do GSI; comandante militar do Nordeste, em Recife; e comandante de Operações Terrestres, em Brasília. Entre março e dezembro de 2022, Freire Gomes foi comandante do Exército Brasileiro.
Brigadeiro Baptista Júnior
Carlos de Almeida Baptista Junior nasceu em Fortaleza no dia 5 de setembro de 1960. Ele é filho do ex-comandante das Forças Armadas Carlos de Almeida Baptista, que chefiou a FAB de 1999 a 2003, no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Ingressou na Aeronáutica em 1975 e foi promovido a tenente-brigadeiro em 2018. Possui cerca de 4 mil horas de voo, sendo 2.200 horas em aeronaves de caça.
Comandante-geral de Apoio da Aeronáutica, foi chefe de Operações Conjuntas do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do Ministério da Defesa. Ele também comandou a Base Aérea de Fortaleza; foi adjunto do adido de Defesa e Aeronáutica nos Estados Unidos; comandante do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro; diretor da Diretoria de Material Aeronáutico e Bélico e vice-chefe do Estado-Maior da Aeronáutica.
O tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior assumiu o Comando da Força Aérea Brasileira em 12 de abril de 2021, substituindo Antonio Carlos Moretti Bermudez.
Almirante Almir Garnier Santos
Almir Garnier Santos nasceu no Rio de Janeiro em 22 de setembro de 1960. Iniciou sua relação com a Marinha aos dez anos, como aluno do curso de formação de operários, na extinta Escola Industrial Comandante Zenethilde Magno de Carvalho. Se formou em Técnico em Estruturas Navais, na Escola Técnica do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), em 1977.
Em 1978, ingressou na Escola Naval e concluiu o curso de formação de oficial em 1981 como primeiro colocado no Corpo da Armada. Foi promovido ao posto de Primeiro-Tenente em 31 de agosto de 1984. Em seguida iniciou o Curso de Aperfeiçoamento em Eletrônica para Oficiais, no Centro de Instrução Almirante Wandenkolk, no Rio de Janeiro.
Em 1991, como capitão-tenente, foi designado para realizar o curso de Mestrado em Pesquisa Operacional e Análise de Sistemas na Naval Postgraduate School, em Monterey, Estados Unidos da América. Após a conclusão, serviu em funções técnicas por cerca de dez anos, quando gerenciou equipes de elevado padrão técnico.
Possui ainda o curso de Master of Business Administration em Gestão Internacional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e o Curso de Política e Estratégia Marítima da Escola de Guerra Naval, concluído com menção honrosa em 2008.
Em 2010, Almir Garnier Santos foi promovido ao posto de contra-almirante, em 2014 ao posto de vice-almirante e em 2018 ao posto de almirante de Esquadra. Trabalhou no Ministério da Defesa entre junho de 2014 e janeiro de 2017. Em 2021, assumiu o cargo de comandante da Marinha.
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