A Justiça do Rio decidiu arquivar o processo do casal Mariana Spinelli e Tomás Oliveira, acusados de racismo no Leblon, na zona sul do Rio, mas que respondia a inquérito de calúnia contra o instrutor de surfe Matheus Ribeiro.
O jovem negro disse ter sido acusado de roubar uma bicicleta por um casal de jovens brancos no dia 12 de junho. Ele gravou a argumentação e indignação com o casal, e o vídeo viralizou nas redes sociais. Matheus disse que esperava a namorada na frente do Shopping Leblon quando Mariana e Tomás se aproximaram dele alegando que o jovem teria furtado a bicicleta.
A decisão é do juiz Rudi Baldi Loewenkron, da 16ª Vara Criminal. Para o magistrado, faltou elemento para configuração de calúnia, uma vez que a semelhança da bicicleta, do cadeado, o local e o lapso temporal levaram o casal acreditar que a bicicleta seria de Mariana. Segundo o juiz, o casal ainda pode ser punido por “acusação imprudente”.
Na semana seguinte ao fato, o homem que vendeu a bicicleta elétrica a Matheus Ribeiro disse, em depoimento à polícia, que alertou o instrutor de surfe de que não poderia dar nota fiscal porque o veículo, provavelmente, era roubado. A dupla passou a ser investigada por receptação.
À Polícia, Matheus disse que não sabia que a bicicleta era furtada. Disse, ainda, que insistiu pela nota fiscal. Mas o vendedor não teria fornecido o documento, porque o antigo dono estaria viajando.