O homem que vendeu a bicicleta elétrica a Matheus Ribeiro disse, em depoimento à polícia, que alertou o instrutor de surfe de que não poderia dar nota fiscal porque o veículo, provavelmente, era roubado. A informação foi confirmada por fontes ligadas à investigação para Fernando David, da BandNews FM Rio.
Matheus e o vendedor são investigados por receptação. A polícia descobriu que a bicicleta foi furtada, no dia 8 de fevereiro, em frente a uma academia em Ipanema, na zona sul. Ela já foi devolvida ao antigo dono.
Na loja, uma nova custa R$ 8 mil. Matheus pagou menos da metade em um site de vendas online. Além do preço abaixo do mercado, também chamou atenção dos investigadores a chave falsificada que Matheus usava para ligar a bicicleta. A tranca também não era original.
À Polícia, Matheus disse que não sabia que a bicicleta era furtada. Disse, ainda, que insistiu pela nota fiscal. Mas o vendedor não teria fornecido o documento, porque o antigo dono estaria viajando.
O caso ganhou repercussão após o instrutor de surf negro Matheus Ribeiro, de 22 anos, denunciar que sofreu racismo após ser acusado por Mariana Spinelli e Tomás Oliveira, que o acusavam de ter roubado a bicicleta deles em um shopping, no Leblon, onde ele esperava pela sua namorada, no último dia 12 de junho. A vítima gravou a argumentação e indignação com o casal, e o vídeo viralizou nas redes sociais.
Depois, a polícia descobriu que o verdadeiro autor do roubo era Igor Martins Pinheiro, de 22 anos, preso na última quinta-feira.
Após pressão nas redes sociais, o designer Tomás Oliveira e a professor de dança Mariana Spinelli foram demitidos de seus empregos. Matheus denunciou à polícia que foi vítima de racismo. No inquérito, que ainda está aberto, o casal foi enquadrado no crime de calúnia - mais leve do que injúria racial.