Band Rio

Carnaval 2023: Unidos de Bangu vai contar a história do Orixá Aganju

A escola mais antiga da Zona Oeste vai apresentar cores quentes na sapucaí

Amanda Martins e Felipe Fera*

A Unidos de Bangu promete deixar a sapucaí “fervendo” com o enredo "Aganjú: a visão do fogo, a voz do trovão no reino de Oyó".

"A gente abre o primeiro setor todo na morada de xangô. Um setor de fogo cores vivas, a comissão de frente vem com uma surpresa que vai fazer diferencial na avenida. Começamos assim nas cores fogo/quente. No segundo setor damos uma aliviada no colorido porque começamos a fazer os agrados os amores de xangô. Vamos fazer um louvor aos orixás. Então vai ter muitos doces, pirulitos, muita coisa. A gente finaliza com o sincretismo religioso, que no catolicismo ele foi batizado como São Joao Batista", disse o carnavalesco Robson Goulart.

A escola vai evoluir trazendo as curiosidades sobre o Orixá, entrando nos ritos e festejos. Como a renovação, onde Xangô faz os rituais para ajudar o povo, os raios e trovões, símbolos de um dos dominíos de Xangô e o Orixá ainda menino.

"Por que eu me identifiquei com o enredo?  Como eu sou da religião de matriz africana a gente acaba se identificando com um enredo forte desse que é falar de Aganju, o quinto alafim de Oyó. É o cara que comanda o fogo”, comentou o intérprete Pixulé.

Xangô Aganju é tido como aquele que sempre busca pela justiça e não descansa enquanto não consegue. A entidade é conhecida por proteger quem pede sua ajuda e por punir quem faz mal a outra pessoa.

"Tem coisas que a gente não pode falar e temos que dar um jeito de mostrar de maneira q a gente não conte o segredo daquilo que acontece mais por um lado religioso. O desafio foi esse: mostrar o xangô menino não confundindo com os demais xangôs que são 12 qualidades", afirmou Robson Goulart.

TRADIÇÃO DA ESCOLA

A escola de Bangu é considerada a mais antiga da Zona Oeste do Rio, derivada do grupo carnavalesco Flor de Lira de 1903, mas ela só foi fundada oficialmente em 1937 por operários da fábrica Bangu que eram apaixonados pelo carnaval. A agremiação ficou 15 anos parada e voltou a desfilar em 2013.

"A velha guarda não tem desafio. Velha guarda é um prazer, você estar dentro dela. A velha guarda é quem vem do chão igual eu vim, varreu muita quadra, pegou sereno. Velha guarda é raiz da história. Meu orgulho é ser presidente da velha guarda”, falou Jorge Chapéu, presidente da velha guarda

*Sob supervisão de Christiano Pinho