O Museu do Samba, na Mangueira, sofre com vazamentos de água e esgoto há seis meses. A cozinha do local já foi desativada, além de várias outras oficinas. Partes das paredes internas da exposição estão danificadas.
Nilcemar Nogueira, idealizadora do Museu do Samba, conta que a situação piora durante a noite.
“Isso vira uma cachoeira, literalmente, porque as pessoas chegam em casa, tomam banho, aumenta esse fluxo de água e de esgoto, e isso vira uma cascata. É um problema de saúde pública, porque a gente tem um terreno ao lado que pertence à prefeitura abandonado também, está um pântano”, explica.
A direção do museu reclama do problema há seis meses, mas ainda espera por uma solução. Tanto a prefeitura como a Rio Águas fizeram inspeções, mas ninguém voltou para resolver o problema.
O museu funciona há 23 anos e é o maior acervo cultural do samba do Rio de Janeiro, registrado como patrimônio imaterial pelo Iphan. Nilcemar luta para que o local seja referência mundial na história do samba.
“O museu é o único espaço de memória social do samba. Manter o Museu do Samba é um esforço enorme, sabe? E eu acho que esse descaso ilustra muito o porquê da nossa luta, o porquê desse abandono, desse racismo estrutural”, disse.
A prefeitura não se posicionou até o fechamento desta reportagem.
*Sob supervisão de Christiano Pinho