Policiais terão câmeras de monitoramento nas fardas

Serão pouco mais de 21 mil câmeras disponíveis

Thales Teixeira (Sob supervisão de Natashi Franco)

Pouco mais de 21 mil equipamentos estarão disponíveis  Foto: Reprodução/TV Bandeirantes
Pouco mais de 21 mil equipamentos estarão disponíveis
Foto: Reprodução/TV Bandeirantes

Nesta segunda-feira (13), os detalhes da iniciativa que inclui câmeras portáteis nos uniformes de agentes de segurança, fiscalização e licenciamento do estado foram divulgados pelo governador Cláudio Castro. Os policiais militares do batalhão de Copacabana vão ser os primeiros a usar o equipamento, que deve começar a ser utilizado durante o Réveillon.

“Essa é a prova de que o Rio de Janeiro quer entrar em uma nova fase da segurança pública. A fase da transparência, de proteção ao policial, mas também de proteção a pessoa que está sendo alvo da operação”, afirmou o governador do Rio, Cláudio Castro.

Há anos é debatido no Rio o uso de câmeras portáteis nos uniformes policiais e outros agentes de segurança. No fim do ano passado, dois PMs foram presos após uma abordagem que terminou com dois jovens mortos em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

O caso foi registrado por uma câmera de segurança próxima ao local. As imagens mostraram os jovens passando de moto pelos PMs, e sendo atingidos por disparos. Os agentes ainda chegam a chutar um deles depois que a dupla cai no chão. As vítimas foram colocadas dentro da viatura e foram encontradas mortas a mais de 8 quilômetros do local da abordagem. Em depoimento os policiais contaram que os jovens foram liberados após a abordagem.

Os policiais envolvidos, só foram presos por conta das imagens desta câmera de segurança. Se ela não existisse, ficaria muito difícil solucionar o caso. Este novo projeto das câmeras nos uniformes irá ajudar em casos como esse.

Órgãos como a Polícia Civil, Defesa Civil, Detran, Detro e Procon, terão pouco mais de 21 mil câmeras a disposição. Cada aparelho consegue operar por 12 horas e as imagens ficam armazenadas por 60 dias. Os registros captados serão transmitidos em tempo real para uma central de monitoramento. Em casos específicos os arquivos podem ficar salvos, em uma nuvem, por um período de até um ano.

A empresa Curitiba L8 Group foi a vencedora da licitação das câmeras que foram alugadas pelo governo por 30 meses. Além disso, ela ficará responsável por eventuais manutenções. Cada equipamento custou R$ 293 e estima-se um gasto de R$ 6 milhões por mês com o aluguel.

Os agentes desbloquearão os dispositivos através de reconhecimento facial e as baterias serão carregadas em uma espécie de totem. As imagens poderão ser acessadas por órgãos como corregedorias das corporações participantes do projeto, Defensoria Pública e Ministério Público.

A Assembleia Legislativa do Rio aprovou este novo projeto. Um veto, que impede a população de ter acesso as imagens, feito pelo governador do Rio, foi mantido pelos deputados. Segundo Cláudio Castro, a medida poderia ferir a integridade dos agentes.