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Estudo aponta altas taxas de agressão contra crianças no Brasil

Jovens entre 13 e 17 anos agredidos por pais e/ou responsáveis ultrapassa de 27% em três cidades do país

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Número porcentual de pessoas entre 13 e 17 anos agredidas fisicamente por pai, mãe ou responsável é alarmante
Número porcentual de pessoas entre 13 e 17 anos agredidas fisicamente por pai, mãe ou responsável é alarmante
Foto: Agência Brasil

Uma pesquisa aponta que o número porcentual de pessoas entre 13 e 17 anos agredidas fisicamente por pai, mãe ou responsável entre 2018 e 2019 no país é alarmante. As cidades com taxas mais elevadas são: Rio de Janeiro/RJ (30,0%), Recife/PE (27,8%) e Salvador/BA (27%). A situação decorre da crença dos adultos que acreditam que a força física é capaz de educar.

De acordo com a psicoterapeuta infantil, Jamile Martins, o uso de violência na educação de crianças é uma questão cultural. “ A gente vem de uma cultura que nos ensina que essa é a melhor maneira de educar nossos filhos. E principalmente porque muitas vezes os pais não estão conscientes, no sentido de apenas estar reproduzindo com o que foi feito com eles mesmos”, explica Martins.

O estudo também mostra que a saúde mental e emocional de crianças e adolescentes merece atenção. Apesar da Bahia ser o estado brasileiro com a menor proporção de jovens que sofriam bullying na escola em 2019, quase 30% dos estudantes se sentiam tristes, e dois em cada dez achavam que a vida não valia a pena.

A especialista alerta que as emoções dessa faixa etária não podem ser desprezadas. “ A gente precisa sim olhar para nossas crianças como seres que tem também as suas emoções, que também sentem quando escutam, quando passam por experiências que não são agradáveis. Muito de quem nós somos hoje se deve àquilo que a gente teve ou deixou de ter na infância. ”, afirma.

Em 2019, 6 em cada 10 estudantes baianos (60,6%) já haviam provado álcool alguma vez na vida, e cerca de 33% deles fizeram isso antes dos 13 anos de idade.

Entre as capitais, Salvador tinha o segundo maior porcentual de estudantes que já fizeram sexo, com cerca de 40%, e a maior proporção de adolescentes que já tinha engravidado (13%).

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