Assoreamento do Canal de Itaipu segue sem solução

Inea e a Prefeitura de Niterói estão planejando as intervenções necessárias

Por Carlos Briggs

Assoreamento do Canal de Itaipu segue sem solução
Canal que liga a Lagoa de Itaipu ao mar, em Niterói
Divulgação

Há dois anos, o Instituto Estadual do Ambiente e a Prefeitura de Niterói estão no campo do planejamento para começar as intervenções necessárias e resolver, definitivamente, o problema do assoreamento no Canal de Itaipu, na Região Oceânica da cidade.

Moradores e pescadores, que costumam frequentar a Lagoa de Itaipu, denunciam que o local está cada dia mais assoreado, comprometendo a vida marinha na região

O ouvinte Carlos Roberto Carvalho diz que a situação é urgente.

Especialistas apontam que o problema acontece por causa de duas situações: o despejo de areia feito pelas próprias correntes de vento da praia de Camboinhas e a falta de vegetação para conter esse transporte aéreo.  

As alternativas para a situação seriam o plantio de mata nativa e a elevação do nível da areia na parte de Camboinhas e na direção do canal de Itaipu. Além disso, o canal deveria passar por desentupimento através de dragagem no trecho. Em seguida, estruturas deveriam ser colocadas, com o objetivo de impedir a entrada de areia no canal.  

O oceanógrafo David Zee destaca que o canal se abre e fecha, através de ação da natureza, mas que cabe ao homem realizar as intervenções necessárias para resolver a questão.

Em julho de 2022, o Canal de Itaipu chegou a ficar totalmente fechado, justamente por causa do assoreamento. Foram necessárias retroescavadeiras para restabelecer o fluxo de água no local. 

Procurado, o Inea disse que está no processo de obtenção de recursos para viabilizar as intervenções propostas. Questionado sobre usar recursos do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano, o Instituto considerou a possibilidade, mas disse que o início da intervenção depende da aprovação do recurso, licenciamento e licitação da obra.

O Fecam tem como finalidade financiar projetos ambientais e para o desenvolvimento urbano do Rio. A verba do fundo é composta por 5% dos royalties de petróleo destinados ao Estado, além de multas por condenações judicias, por conta de crimes ambientais. 

Os recursos do Fecam foram usados, por exemplo, no desassoreamento do Túnel Extravaso, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, após o pior temporal da história da cidade, que matou mais de 230 pessoas, há cerca de 1 ano e meio.

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