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"Brasil e França devem formar maior parceria da história'', diz presidente Lula

Chefes de Estado participaram do lançamento do submarino Tonelero, terceiro construído através do PROSUB, programa de cooperação entre os governos brasileiro e francês

Por Luanna BernardesVinícius Calixto (sob supervisão)Guilherme Faria (sob supervisão)

Lula e Macron no lançamento do submarino Tonelero
Lula e Macron no lançamento do submarino Tonelero
Ricardo Stuckert / PR

O presidente Lula afirmou que Brasil e França devem formar nesta quinta-feira (28), em Brasília, a maior quantidade de parcerias entre os dois países da história. A declaração foi dada nesta quarta-feira (27), quando Lula e o presidente da França, Emmanuel Macron, visitaram o Complexo Naval de Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio.

Os chefes de Estado participaram do lançamento do submarino Tonelero, terceiro construído através do PROSUB, programa de cooperação entre os governos brasileiro e francês.

No palco, Lula direcionou uma fala a Macron e pediu para ele enviasse aos franceses a mensagem de que o Brasil quer usar a tecnologia nuclear para o desenvolvimento e não para a guerra. Ele encerrou o discurso falando que os conflitos armados não são a solução para os países.

"E eu queria, querido amigo Presidente Macron, que, quando terminar a nossa conversa amanhã, volte para a França e diga aos franceses que o Brasil está querendo os conhecimentos da tecnologia nuclear, não para fazer guerra. Nós queremos ter o conhecimento para garantir a todos os países que querem paz, que saibam que o Brasil estará ao lado de todos, porque a guerra não constrói, a guerra destrói, o que constrói é desenvolvimento, é conhecimento científico, é conhecimento tecnológico. E é nessa área que nós queremos fortalecer a nossa parceria com o povo francês."

No mês passado, durante reunião de líderes em Paris, Macron falou sobre a possibilidade de países europeus enviarem tropas à Ucrânia, como mensagem ao presidente russo, Vladimir Putin. O encontro do Palácio do Eliseu foi marcado para discutir o envio de material bélico a Ucrânia.

Durante o evento desta quarta-feira no Complexo Naval de Itaguaí, Macron falou antes de Lula. Ele citou as proximidades dos dois países e afirmou que ambos querem a paz.

"Nós temos, no fundo, a mesma visão do mundo e dos seus equilíbrios. Nós rejeitamos o mundo que seja prisioneiro da conflitualiedade entre duas grandes potências. Nós temos a independência das grandes diplomacias, das grandes forças amadas. Nós queremos defender nossa independência e nossa soberania, e, junto com isso, defendemos o respeito pelo direito internacional em todo o mundo. Nós acreditamos na dignidade humana, porque ela é constitutiva das nossas aldeias políticas e constitucionais. Acreditamos no ser humano, nós queremos defender ele. Acreditamos na paz, porque ela constrói equilíbrios."

O discurso do chefe de Estado francês durou cerca de 12 minutos. Emmanuel Macron elogiou a cooperação franco-brasileira no Programa de Desenvolvimento de Submarinos e disse que o momento é de abrir uma nova etapa nessa parceira.

"Dizer que eu tenho a convicção que nós podemos, agora, abrir uma nova página dessa parceria estratégica entre os nossos dois países, até porque o nosso destino é unido pela geografia. Com efeito, a França é o único país europeu a ser, também, uma potência amazônica. Temos 730 quilômetros de fronteira comum, são áreas vizinhas e somos obrigados a compartilhar esses desafios."

Na terça-feira, Lula e Macron anunciaram um programa que pretende investir 1 bilhão de euros, cerca de 5,4 bilhçoes de reais na bioeconomia da Amazônia Brasileira e da Guiana Francesa, território ultramarino da França na América da Sul. O anúncio foi feito em Belém, que vai receber no ano que vem a COP30, conferência do clima da ONU.

Essa é a primeira visita oficial de Emmanuel Macron ao Brasil. O presidente francês ainda passa por São Paulo e Brasília. 

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