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Cúpula Social do Mercosul recebe críticas por falta de transparência

Representantes da sociedade civil que participaram do evento pedem um parecer sobre o acordo com a União Europeia

Por Pedro DobalGiovanna Faria

Cúpula Social do Mercosul recebe críticas por falta de transparência
Reprodução

Representantes da sociedade civil que participaram da Cúpula Social do Mercosul criticam a falta de diálogo e transparência nas negociações para o acordo com a União Europeia.  

Entre as propostas apresentadas na Cúpula, está a promoção de um debate com ampla participação da sociedade antes do fim das negociações. No documento que reúne os resultados das discussões nos grupos de trabalho do evento, os participantes destacam que o atual estado do acordo não contempla os desejos, as demandas e as necessidades da população de ambos os blocos.

O representante da Coordenadora de Centrais Sindicais do Cone Sul, Quintino Severo, pede que as negociações não levem em conta apenas os interesses econômicos de um possível acordo.

"Nós trabalhadores da nossa região somos contra esse acordo, porque a maioria desse acordo foi negociada virado de costas para a sociedade e para os trabalhadores, sem a possibilidade do diálogo, sem a possibilidade da nossa contribuição."

Com a participação de cerca de 300 representantes da sociedade civil e dos países que compõem o bloco, a Cúpula Social do Mercosul terminou nesta terça-feira (5).  

A edição foi a primeira presencial após sete anos de interrupção e teve o objetivo de reforçar a participação de diferentes setores da sociedade na agenda política da região.

Para o secretário nacional de Participação Social, Renato Simões, a consolidação do Mercosul deve ocorrer por meio do diálogo com a sociedade.

"Só será possível se houver participação social. Se nós conseguirmos conquistar novamente dentro do Mercosul um status de representatividade da sociedade, porque é a participação social que consolida e expande direitos."

Na agenda, grupos de trabalho discutiram temas como direitos trabalhistas, combate à fome e à pobreza, cidadania, direitos humanos, meio ambiente e democracia.

Os resultados dos debates foram reunidos em uma carta, que vai ser entregue aos chefes de Estado durante a Cúpula de Líderes, na quinta-feira (7). A expectativa é de que, no encontro, também seja anunciado um acordo do bloco com Cingapura.  

Na quarta (6), ainda ocorrem os encontros dos ministros das Relações Exteriores e da Fazenda e presidentes de bancos centrais. O evento é realizado no Museu do Amanhã, no Centro do Rio.

O Mercosul é composto por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A Venezuela está suspensa do grupo desde 2017.

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