Apesar de ter sido destaque entre as altas de preços no mês de julho, a inflação do setor de alimentos pode registrar queda ao longo dos próximos meses, segundo especialistas.
Nesta terça-feira (9), o IBGE divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo indicou deflação de 0,68% no mês passado. Essa é a maior queda desde o início da série histórica iniciada pelo órgão, em janeiro de 1980.
Esse índice aponta a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. Ele mede a variação de preços de produtos e também serviços consumidos pela população.
Ao todo foram nove grupos de produtos e serviços pesquisados. Dois deles apresentaram deflação em julho. Já os outros sete tiveram alta de preços. O grupo dos Transportes foi o que mais influenciou no recuo e teve uma queda de 4,51%. Isso se dá principalmente, pela redução no preço dos combustíveis. O preço da gasolina, do etanol e gás veicular tiveram redução.
Outra diminuição registrada foi nos preços do grupo Habitação, de 1,05%, relacionada especialmente à queda da energia elétrica residencial por conta da redução da alíquota de ICMS em alguns estados.
O professor de economia do Ibmec Rio, Caio Ferrari, afirma que, apesar da queda, o nível de inflação ainda é alarmante.
Já as variações positivas, ou seja, o que não reduziu foram os alimentos e as bebidas que teve alta de 1,3%, além dos setores de vestuário em 0,58% e saúde e cuidados pessoais em 0,49%.
No entanto, o professor de Economia da FGV, Mauro Rochlin, explica que a alimentação pode ter queda nos próximos meses.
Em 2022, o IPCA acumula alta de 4,77%. Já no período dos últimos 12 meses, de 10,07%.