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Julgamento de Flordelis se estende pelo segundo dia seguido

Ex-parlamentar pode responder por tentativa de homicídio duplamente qualificado

Por Thuany Dossares

Essa é a terceira e última fase de julgamento do caso Fernando Frazão/Agência Brasil
Essa é a terceira e última fase de julgamento do caso
Fernando Frazão/Agência Brasil

O julgamento da ex-deputada federal Flordelis, ré pela morte do marido, o pastor Anderson do Carmo, se estende pelo segundo dia seguido, nesta terça-feira (8),no Fórum de Niterói, Região Metropolitana do Rio. Ela foi denunciada como a mandante do crime e pode responder por homicídio triplamente qualificado.

Três filhos e uma neta da ex-parlamentar também são acusadas de envolvimento no assassinato e serão julgadas pelo Tribunal do Júri.

Nesta terça, a oitiva das testemunhas continua. A sessão estava marcada para começar às 9h, mas assim como no primeiro dia, o horário não foi cumprido.

Na segunda-feira (7), apenas três das 26 pessoas relacionadas para depor no Tribunal do Júri foram ouvidas.

Antes do julgamento começar, a defesa fez um bloqueio em volta dos réus para que eles não fossem filmados pela imprensa.

A primeira a falar foi a delegada Bárbara Lomba, que iniciou as investigações do caso, e prestou depoimento por mais de cinco horas. Ela foi seguida do delegado Allan Duarte, que indiciou Flordelis, e de Regiane Ramos.

Durante o primeiro dia de sessão, Flordelis passou a maior parte do tempo de cabeça abaixada e chorando. Familiares, amigos, a mãe e o namorado da ex-parlamentar acompanharam o júri para prestar apoio.

A defesa da ex-deputada tem como estratégia levar ao júri acusações de violências físicas e sexuais supostamente cometidas por Anderson do Carmo. Em um vídeo gravado no Complexo Penitenciário de Gericinó ela detalha os episódios. No entanto, os delegados responsáveis pelo caso afirmaram em depoimento que esses abusos não foram constatados ao longo das investigações.

O assistente de acusação, advogado Ângelo Máximo, afirma ainda que Flordelis foi ouvida por cinco vezes antes do julgamento e que em nenhuma delas a ex-parlamentar falou sobre esses abusos.

Por causa número de réus (cinco no total) e de testemunhas a prestarem depoimento, a expectativa é de que o julgamento se estenda por mais dias ainda.

Outros réus já julgados e condenados

Essa é a terceira e última fase de julgamento do caso.

O primeiro julgamento aconteceu em novembro de 2021, quando o Tribunal do Júri de Niterói condenou Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico da ex-deputada federal Flordelis, a 33 anos 2 meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente fechado por homicídio triplamente qualificado consumado, porte ilegal de arma de fogo, uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa armada. Ele foi denunciado como autor dos tiros que provocaram a morte do pastor Anderson.

Na mesma sessão de julgamento, Lucas Cezar dos Santos de Souza, filho adotivo de Flordelis, foi condenado a nove anos de prisão em regime inicialmente fechado por homicídio triplamente qualificado. Ele foi acusado de ser responsável por adquirir a arma usada no assassinato do pastor.  

Numa segunda fase de julgamento, que teve início no dia 12 de abril deste ano, o Tribunal do Júri de Niterói condenou outros quatro réus. O filho biológico de Flordelis Adriano dos Santos Rodrigues foi condenado a quatro anos, seis meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto por uso de documento ideologicamente falso e associação criminosa armada; o ex-PM Marcos Siqueira Costa, a cinco anos e 20 dias de reclusão em regime inicialmente fechado; e a esposa Andrea Santos Maia, a quatro anos, três meses e dez dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto.

O filho afetivo Carlos Ubiraci Francisco da Silva foi condenado pelo crime de associação criminosa armada a dois anos, dois meses e 20 dias de reclusão em regime inicialmente semiaberto. No dia 28 de abril, a Vara de Execuções Penais do TJRJ concedeu liberdade condicional a Ubiraci.

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