Motoristas de aplicativo denunciam que, a partir do mês que vem, só vão poder circular em determinados pontos da Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, se pagarem R$ 400,00 por mês. A determinação partiu de traficantes da favela do Guarabu. Além da extorsão, os profissionais ainda são obrigados a se cadastrarem em uma plataforma clandestina.
O aviso já começou a ser dado, como relata um motorista teve a identidade preservada e a voz distorcida, por questões de segurança.
Mas, a realidade que ele viveu, e que vai atingir, aproximadamente, 30 mil pessoas que vivem na favela do Guarabu, não é um caso isolado na cidade do Rio.
Na Zona Oeste, muitas pessoas que vivem em áreas dominadas pelo crime organizado já precisaram se adequar a situações semelhantes. Na região que compreende os bairros da Muzema, do Itanhangá, de Rio das Pedras e da Gardênia já há, da mesma forma, aplicativos próprios do crime organizado. Na região, que é alvo de disputa entre a milícia e o tráfico de drogas, vivem cerca de 200 mil habitantes.
Um motoboy contou que, na favela da Muzema, o tráfico de drogas, passou a proibir que motociclistas circulem na comunidade sem capacete. Ele também teve a identidade preservada e a voz distorcida.
A imposição partiu de traficantes, que invadiram a favela da Muzema e expulsaram a milícia do local. A invasão aconteceu neste fim de semana. Os bandidos saíram do Complexo de Favelas de Manguinhos, que fica na Zona Norte e margeia a Avenida Brasil, via mais importante e de maior movimentação da cidade.
De lá, os criminosos circularam, armados de fuzis, por cerca de 25 quilômetros, até chegaram à favela da Muzema, já na Zona Oeste. A favela, que conta com aproximadamente seis mil habitantes faz parte do Programa Cidade Integrada, desde janeiro 2022. O projeto, do Governo do Estado, prometia levar segurança e cidadania aos moradores de áreas subjugadas pelo crime organizado.
Em nota, a Polícia Militar informou que não foi acionada para nenhuma das ocorrências.