Operação no Complexo da Maré pode ter levado fuga de criminosos para outras regiões da mesma facção

Dos 24 presos, sete são acusados de integrar a cúpula do tráfico de drogas de Minas Gerais

Por Pedro Dobal

Operação no Complexo da Maré pode ter levado fuga de criminosos para outras regiões da mesma facção
Polícia realiza operação pelo segundo dia seguido no Morro dos Macacos
Divulgação

Moradores do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, voltaram a relatar intenso tiroteio nesta quinta-feira (13), quando a Polícia Civil estava na região para realizar perícia no local onde dois policiais foram baleados na terça (11), durante a operação que levou pânico às três principais vias expressas da cidade.

As equipes da Delegacia de Homicídios da Capital identificaram dois suspeitos de participar do ataque aos agentes: Ronald de Souza Gomes, conhecido como Titio do Adeus, e Luciano Candido Crispim, o Pitbull.

Ambos são apontados como seguranças de dois chefes da facção que atua na localidade e teriam baleado os policiais quando eles estavam chegando nos alvos da ação.

Ao todo, 23 pessoas foram presas e um menor foi apreendido. A Polícia Civil afirma que pelo menos 11 deles são de outros estados, sendo cinco de Minas Gerais, três do Ceará, um do Maranhão, um do Espírito Santo e um do Amazonas.

Um dos criminosos mais procurados do Nordeste está entre os presos. Ismário Wanderson Fernandes da Silva, conhecido como Bacurau, tem passagens por homicídio, tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo, receptação e associação criminosa. De acordo com a Polícia, o criminoso foi um dos responsáveis pela expansão do Terceiro Comando Puro para o Ceará.

O antropólogo Robson Rodrigues, que é membro do Laboratório de Análise da Violência da Uerj, destaca que o Rio de Janeiro pode servir como esconderijo em alguns casos, mas também tem importância estratégica no fortalecimento das relações entre diferentes grupos criminosos. Ele defende mais integração entre as forças estaduais e federais.

Para a porta-voz da PM, a tenente-coronel Cláudia Moraes, ataques contra policiais representam uma afronta a toda a sociedade.

Com homenagens de dezenas de colegas, o corpo do sargento Jorge Henrique Galdino Cruz, de 32 anos, foi enterrado na quarta-feira (12), no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio. O policial estava na corporação desde 2011 e deixa esposa e três filhos.

O sargento Rafael Wolfgramm Dias, que foi baleado, segue internado no Hospital Federal de Bonsucesso com quadro de saúde considerado grave.

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