A Polícia Civil pede a prisão de quatro criminosos envolvidos no desaparecimento de Stanley Pinheiro Fernandes Leite, de 19 anos, que entrou por engano no Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio, na semana passada.

O jovem saiu de casa na noite de quarta-feira (29) com um amigo, em um carro de aplicativo, para ir a um restaurante no Complexo da Maré, na localidade Parque União, na mesma região, quando o GPS mudou de rota.

O carro foi abordado por homens armados e eles foram levados ao interior da comunidade.

A Polícia identificou os criminosos através de descrição e detalhes dados em depoimento por Caique, amigo de Stanley, e pelo motorista de aplicativo, que foram os únicos liberados.

Os criminosos viram mensagens no celular de Stanley que faziam menção ao Complexo do Chapadão, território dominado por uma facção rival. Essa foi a última vez que o jovem foi visto. Os bandidos seriam envolvidos com o Terceiro Comando Puro, facção do Complexo de Israel.

A mãe do Stanley, Priscila Pinheiro, chegou a elaborar sozinha um mapa com as últimas localizações registradas pelo celular do filho e entregou à Polícia. No entanto, mesmo com o avanço das investigações, ela está sem esperanças.

Olha, eu vou ser muito honesta. Eu, pra mim, não acrescenta muita coisa, assim, ah tá, porque agora a gente já sabe... Eu rastrei esse telefone, eu sei onde tá, onde tá a localização, passei pra eles, foi eu que passei, e eles também não, não sei, né, o que eles estão fazendo. Eu acho que nada, mas, enfim. Você vê, até terça-feira, estavam usando o aparelho com a internet do meu filho. Então, você imagina como fica o meu coração? Uma agonia, porque eu sinto a esperança de encontrar, eu sinto que eu vou encontrar, eu só não sei como, não sei como vai ser, eu não sei, porque nessa Delegacia, eles falaram que se meu filho abriu a boca pra dizer que o pai dele era policial, que eles não matam. Mas e aí? - desabafou a mãe do jovem.

Em desespero por alguma informação sobre o filho Priscila Pinheiro chegou a percorrer as comunidades em busca de Stanley, mas não teve sucesso.

Na manhã da segunda-feira (3) a Polícia Militar realizou uma operação no Complexo de Israel mas afirmou que a ação não teve objetivo de buscar por ele.

O caso foi registrado inicialmente na Delegacia da Pavuna, encaminhado à Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), e agora está a cargo da Delegacia de Brás de Pina por entender a ocorrência como tortura, já que os outros dois amigos de Stanley foram agredidos e extorquidos pelos criminosos para serem liberados.