Filipe Rodrigues, de 24 anos, e a família, que foram assassinados dentro de um carro em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, teriam sido mortos após ele ter se passado por policial militar para enganar traficantes da Favela do Castro. Segundo a Polícia Civil, ele pediu R $50 mil pela identificação e localização de um suposto informante.
A delegacia de homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí realizou nesta quarta feira (3) uma operação para prender dois suspeitos de envolvimento no crime.
O chefe do tráfico da comunidade do Castro é considerado foragido. Segundo a polícia, Lucas Lopes da Silva, conhecido como Naíba, foi o mandante.
Já Wesley Pires Sodré foi detido de forma temporária. De acordo com o delegado Wilians Batista, Wesley tem envolvimento com o tráfico da região e participou do plano para matar Filipe. Foi ele que marcou o encontro no dia do assassinato, em 17 de março.
A BandNews FM obteve imagens de câmeras de segurança que mostram os últimos momentos da família viva. É possível ver o carro branco passando por diversas ruas de Niterói e da Baixada Fluminense.
Em trocas de mensagens obtidas pelos investigadores, Filipe disse a traficantes que era PM e que trabalhava no batalhão da região. Ele ainda prometeu passar provas concretas do x9, como informantes da polícia são chamados. Em outro trecho da conversa, ele ainda negocia o valor que seria pago pelas informações.
As investigações apontaram que Filipe participou de uma trama contra a pessoa que foi acusada de ser informante, que, hoje, está desaparecida. Wesley teria participado da captura.
A Band obteve com exclusividade áudios de conversas entre Filipe e Lucas Lopes, o Naíba. Ele cobrava dinheiro.
“Po jogador tu queria o x9, jogador. Eu te dei o x9. Tu não vai mandar meu dinheiro não?”
“Mano, só honrar com a tua parte e acabou. Ele vai "brotar" de novo na casa da mãe dele e vocês pegam ele. Quer que eu "pego"(sic) ele e te dou amarrado igual porco?”
Filipe recebeu R $11 mil, em 2 parcelas. Enquanto Filipe cobrava os R $39 mil restantes do acordo, Naíba descobriu que ele não era PM e sim um gesseiro e motorista de aplicativo.
O traficante mandou matá-lo, de acordo com a polícia, por achar que Filipe tinha muitas informações sobre a quadrilha.
Além de Filipe, estavam dentro do carro no dia do assassinato Rayssa Santos, de 23 anos, e o bebê Miguel Filipe, de 7 meses. Eles foram mortos com mais de vinte tiros.