O prédio do Edifício A Noite, na Praça Mauá, na Região Portuária do Rio, pode se tornar um empreendimento residencial ou um hotel. A informação foi confirmada pelo prefeito Eduardo Paes, após assinar a compra do imóvel pelo valor de quase 29 milhões de reais nesta sexta-feira (31).
A ideia do Município é vender o prédio para a iniciativa privada. Segundo Eduardo Paes, já há compradores interessados. Por enquanto, a manutenção do espaço será arcada com o dinheiro da Prefeitura. O custo vai ficar em torno de 110 mil reais por mês.
Eduardo Paes afirmou ainda que a compra do imóvel faz parte do Projeto Porto Maravilha, criado na primeira gestão de Paes, e que a Prefeitura não tem interesse em ganhar dinheiro com o negócio. Paes disse que a aquisição foi feita a partir da oportunidade criada pela flexibilidade que o Município está tendo com a legislação.
Sem uso desde 2012, a venda do arranha-céu foi autorizada em 2020 pelo Ministério da Economia. Depois de tentativas sem sucesso de leiloar o imóvel, a pasta passou a oferecer o prédio pela estratégia de venda direta. Dos três interessados, dois não pagaram o sinal exigido no edital e o terceiro teve a negociação suspensa, após a Prefeitura do Rio manifestar interesse na aquisição.
Para o historiador Rodrigo Rainha, o desafio para a restauração do prédio é grande.
No início do ano, o Município apresentou ao Ministério da Gestão e da Inovação a proposta de compra do Edifício A Noite. No pedido, a Prefeitura mencionou o interesse na recuperação da região portuária, com políticas urbanas voltadas para o desenvolvimento econômico e social da cidade e a relevância histórica e cultural do imóvel.
Na semana passada, a Secretaria de Gestão do Patrimônio da União confirmou que, apesar da negociação já em andamento com uma empresa, o Município teria prioridade na compra do edifício.
Inaugurado em 1929 e tombado pelo Iphan, o edifício foi o primeiro arranha-céu da América Latina. O imóvel abrigou a Rádio Nacional, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial e consulados. Atualmente, o prédio está sem uso pela União, mas custa mais de R$ 1 milhão por ano aos cofres públicos.