Prefeitura tenta atrair propostas para concessão do transporte aquaviário

Foi inserido um mecanismo que prevê o compartilhamento de riscos com o futuro concessionário, caso o serviço não atinja a expectativa de passageiros

Por Bruna Navarro

Prefeitura tenta atrair propostas para concessão do transporte aquaviário
Transporte aquaviário de passageiros na Barra da Tijuca
Divulgação

Para tentar atrair propostas de interessados na concessão do transporte aquaviário do Complexo Lagunar da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, a Prefeitura do Rio inseriu um mecanismo que prevê o compartilhamento de riscos com o futuro concessionário, caso o serviço não atinja a expectativa de passageiros.

A estimativa de atendimento começa em 14 mil usuários por dia, no primeiro ano, e pode chegar a 90 mil, quando o transporte estiver em pleno funcionamento. Com tarifa de R$ 4,30 a ideia é que este seja mais um modal de transporte público integrado ao bilhete único.

Os interessados na concessão devem entregar as propostas até às 14h do dia 4 de julho. O novo edital foi publicado no Diário Oficial desta segunda-feira (3).

Um ponto essencial para que haja interessados na licitação da prestação de serviço, segundo a prefeitura, é o início da dragagem das lagoas e canais, realizada pela Iguá, concessionária responsável pelos serviços de água e esgoto na região.  

O diretor de estruturação de projetos da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar), Lucas Costa, espera que os novos itens do edital, como compartilhamento de risco e a necessidade de dragagem das lagoas, atraia interessados desta vez.

Para compartilhar esse risco, a Prefeitura está definindo algumas bandas de variação de demanda. Então, entre 80% e 90% da demanda projetada, a Prefeitura não vai cobrar a outorga variável daquele ano, que é 5% porcento da receita. E se a demanda for menor que 80% da projetada a cada ano, aplica-se ali um reequilíbrio econômico-financeiro do contrato, reavaliando ali as condições para que o projeto siga viável. A gente acredita que com essas medidas e esse novo cenário, agora o projeto fique viável e consiga interessados.

O prazo para finalizar as intervenções no complexo lagunar é de três anos. Os trabalhos da Iguá começaram em abril.

A previsão é de pelo menos 16 linhas, sendo que oito devem ser implantadas nos 5 primeiros anos, além de 29 pontos de embarque e desembarque.

O edital determina a criação de alguns terminais obrigatórios como: Metrô Jardim Oceânico / Linha Amarela / Rio das Pedras / Muzema / Gardênia Azul.

Em outubro do ano passado, a Prefeitura do Rio lançou o edital de licitação do transporte aquaviário nas lagoas da Barra e de Jacarepaguá. Em março, a concorrência foi aberta, no entanto, finalizou sem interessados.

Apesar de começar a atrair empresas maiores, o transporte aquaviário no local é herança cultural entre as famílias da região. A maioria dos operadores dos barcos é nascida, criada ou descendente dos moradores originais das ilhas da Zona Oeste do Rio.

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