Os médicos que atenderam os irmãos Fernanda e Bruno Carvalho Cabral não perceberam que os jovens poderiam ter sido envenenados. Nesta sexta-feira (27), cinco profissionais que atuam no Hospital Municipal Albert Schweitzer prestaram depoimento na Delegacia de Realengo.
Segundo o delegado Flávio Rodrigues, responsável pelo caso, a equipe médica que atendeu os irmãos não conseguiu constatar nenhuma intoxicação criminosa durante o atendimento.
A Polícia Civil investiga se os irmãos foram envenenados pela madrasta Cíntia Mariano Dias Cabral. Fernanda morreu em março, depois de ficar 13 dias internada na UTI e sofrer uma parada cardíaca. No último dia 15 de maio, Bruno deu entrada no hospital com sintomas semelhantes aos da irmã. Ele afirma que passou mal depois de comer um feijão preparado pela madrasta, que estava com gosto amargo e tinha pedrinhas azuis.
A proximidade de datas e a semelhança dos sintomas levantaram a suspeita do envenenamento. Na quinta-feira (26), os agentes fizeram a exumação do corpo da jovem, para ver se conseguem encontrar algum vestígio de veneno no material genético de Fernanda ou nos insetos que também foram coletados.
Segundo Flávio Rodrigues, os peritos acreditam que vão conseguir constatar que houve envenenamento.
Flávio Rodrigues conta que a defesa de Cíntia tentou impedir a exumação, exigindo uma autorização judicial. No entanto, o delegado explicou que o exame, embora não seja comum, não deixa de ser um exame de corpo de delito qualquer. (((Mas para ele, chama atenção a tentativa da defesa.
Cíntia está presa. Ela ainda é investigada por suspeita de ter envenenado o ex-marido e uma vizinha.
A polícia espera ouvir 12 médicos ao todo. Os depoimentos serão retomados na segunda-feira.