Especialistas afirmam que o fato de a política de segurança do Rio ser baseada no enfretamento é uma das hipóteses para o atual cenário da violência ao redor das escolas da capital fluminense.
De acordo com dados do 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os episódios de balas perdidas e tiroteios já aconteceram em 13% das unidades de ensino da cidade. O número é oito vezes maior do que média nacional que é de 1,7%.
O estudo mostra que Rio foi o estado com mais interrupções nas atividades escolares por causa da violência.
O pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Cauê Martins diz que a situação não pode ser normalizada.
Ficar sem ir para escola por conta de tiroteios é uma realidade para os filhos de uma dona casa, que preferiu ser identificada apenas como Priscila. Moradora da Cidade de Deus, na Zona Oeste, ela conta que os episódios são frequentes.
Para a presidente do Instituto Singularidade, Claudia Costin, é necessário que, além dos projetos de segurança pública criados pelo governo, é necessário controlar os horários das ações policiais.
Em nota, a Polícia Militar disse que as ações são pautadas em informações de inteligência e planejamento prévio, tendo como preocupação central a preservação de vidas e o cumprimento irrestrito da legislação em vigor.
A nota diz ainda que a opção inconsequente pelo confronto armado é sempre dos grupos criminosos, que insistem em tentar impor seu domínio territorial e atentar contra o poder público e toda a sociedade.
A corporação também ressaltou que o Programa Patrulha Escolar e de Proteção à Criança e ao Adolescente, composto por mais de 1.600 policiais militares capacitados, realizou mais de 43 mil visitas a colégios e escolas e que cerca de quatro mil profissionais das redes particular e pública de ensino do Estado já foram treinados pela Polícia Militar para situações de emergência nas unidades de ensino.