RJ tem três dos dez municípios que mais perdem água tratada no Brasil

Capital fluminense, São João de Meriti e Belford Roxo tem perdas na distribuição superiores a 60%

Por Daniel Henrique

RJ tem três dos dez municípios que mais perdem água tratada no Brasil
Volume abasteceria 54 milhões brasileiros
Vhope/Pixabay

Três dos dez municípios brasileiros com os maiores índices de perdas de água potável durante a distribuição são do Rio de Janeiro.

De acordo com o Estudo de Perdas de Água 2024, do Instituto Trata Brasil, que analisou as 100 cidades mais populosos do país em 2022, a capital fluminense, além de São João de Meriti e Belford Roxo, na Baixada, têm perdas na distribuição superiores a 60%.

Apesar disso, o estado do Rio de Janeiro é o segundo com menos perdas em todo o país, com 31,97%, atrás somente de Goiás, com 28,34%.

O município com o melhor índice de perdas de água é Goiânia, capital de Goiás, com 17,27%. Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, Limeira, em São Paulo, Petrópolis, no Rio, e Campinas, também em São Paulo, completam o top-5.

A presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, explica de que forma a água tratada pode ser perdida durante o processo de distribuição.

Essas perdas podem ser perdas físicas, que são os vazamentos visíveis ou ocultos, que estão embaixo da superfície do pavimento, ou ainda perdas comerciais, que são os gatos, os furtos de água, ou ainda os erros de mediação. Essas perdas representam 3,6 bilhões de metros cúbicos de água perdida em um ano. São 7.600 piscinas olímpicas de água tratada perdida diariamente nos nossos sistemas de distribuição, afirma Luana.

Em todo o país, cerca de 37% da água tratada distribuída foi perdida antes de chegar às residências brasileiras em 2022.

O índice é o menor desde 2016, mas ainda está bem acima do máximo de 25%, estabelecido pelo Ministério do Desenvolvimento Regional como nível excelente de perdas.

A presidente do Instituto, Luana Pretto, comenta que o desperdício também afeta no custo do insumo pago pelos cidadãos.

A partir do momento em que eu estou captando a água do rio, tratando essa água com produtos químicos, utilizando energia elétrica para bombear essa água para a população e perdendo essa água no sistema de distribuição, todo esse custo operacional acaba estando incutido na tarifa que é pega pelo cidadão. Ou seja, a gente acaba pagando pela ineficiência n o sistema de distribuição de água, acrescenta a presidente.

Segundo o Instituto Trata Brasil, 32 milhões de pessoas sofrem com a ausência de água tratada no país.  

O estado brasileiro com mais perdas na distribuição é o Amapá, com 71%, seguido por Acre, Rondônia e Roraima, todos na Região Norte do país.

O volume perdido seria suficiente para abastecer 54 milhões de brasileiros em um ano, mais de um quarto da população.

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