Sub-tenente da PM investigado pela Operação Acesso Negado foi preso há dois anos

Policial militar reformado é suspeito de explorar o serviço de internet em áreas de milícia

Por João Boueri

Operação Acesso Negado apreendeu grande quantidade de dinheiro em espécie Divulgação/Polícia Civil
Operação Acesso Negado apreendeu grande quantidade de dinheiro em espécie
Divulgação/Polícia Civil

Um dos sócios da empresa investigada pela Polícia Civil suspeita de explorar o serviço de internet em áreas de milícia comandadas por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, na Zona Oeste do Rio; e em Itaguaí, na Região Metropolitana, já havia sido preso há dois anos. Ele é policial militar reformado. A Operação Acesso Negado, deflagrada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (DRACO) na terça-feira (13) está sob sigilo. 

Em 2020, o sub-tenente foi detido em flagrante depois que técnicos de concessionárias de serviços de telefonia e internet e a própria Polícia Civil foram até a sede da empresa de serviço de internet em Santa Cruz e nas filiais em Sepetiba e Itaguaí. Nas unidades, foram encontrados equipamentos furtados que pertenciam às concessionárias. O militar da reserva foi acusado de receptação qualificada.

Na audiência de custódia, a empresa chegou a ter as atividades suspensas pela Justiça e o sócio foi colocado em liberdade para cumprir medidas cautelares. Em nova audiência, o policial militar confessou o crime  e se comprometeu a ressarcir em mais de R$ 3 mil às vítimas e devolver os equipamentos. O processo foi arquivado depois.  

Em 2019, a empresa teve receita bruta de mais de R$ 4 milhões, de acordo com processos judiciais. Agora, a estimativa dos sócios é ter uma receita mensal de mais de R$ 1 milhão e uma base de 30 mil clientes. Mais de 90% dos usuários são dos bairros de Santa Cruz, Paciência e Guaratiba, na Zona Oeste. Alguns dos pacotes variam em torno de 100 reais.

Na Operação Acesso Negado, 2.500 dólares em espécie foram encontrados na casa do policial reformado. Na empresa, cerca de 270 mil reais também foram apreendidos. Na residência do segundo sócio, uma arma de fogo, munições e arma branca também foram recolhidos.  

O policial militar reformado foi para reserva remunerada em 2020.  

Segundo a Delegacia de Repressão a Ações Criminosos Organizadas (DRACO-IE), os profissionais da empresa investigada impedem o trabalho de concessionários de serviço de internet na Zona Oeste e em Itaguaí, com ameaças e vandalismo das redes. Em um único dia, mais de 1.500 pessoas já ficaram sem o serviço em decorrência da atuação da empresa acusada de explorar o serviço.  

O próximo passo das investigações tenta identificar o destino do dinheiro e outros membros da quadrilha.

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