Um dos suspeitos do assassinato do ator Jeff Machado confessou à Polícia Civil ter participado da ocultação do corpo dele. Jeander Vinicius da Silva Braga prestou depoimento na Delegacia de Descoberta de Paradeiros na sexta-feira (26).
Aos investigadores, ele disse que ajudou a levar o corpo do ator até um imóvel em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, e a enterrar dentro de um baú em um buraco no quintal. Segundo o depoimento, os dois se conheceram em um aplicativo e mantinham uma relação de amizade.
A polícia pediu a prisão temporária dele e de outro suspeito, o amigo Bruno de Souza Rodrigues, que teria alugado o imóvel no fim do ano passado. O pedido foi encaminhado ao Ministério Público do Rio na segunda-feira (29). O MP ainda não se manifestou.
As investigações apontam que Jeff foi assassinado no dia 23 de janeiro dentro da própria casa em Barra de Guaratiba, na Zona Oeste. A principal hipótese é de que ele tenha sido estrangulado com um fio de telefone durante um ato sexual.
Em depoimento, Bruno e Jeander disseram que marcaram um encontro com Jeff na casa dele e que o ator foi morto por uma terceira pessoa identificada como Marcelo, mas os investigadores acreditam que ele era um personagem inventado pelos acusados, já que nenhum dos dois conseguiu informar algum detalhe que pudesse levar à identificação e localização dele. A intenção de Bruno e Jeander seria apresentar uma versão em que eles fossem vitimas da situação e coagidos a ajudar a ocultar o cadáver, mas a polícia desconfiou de contradições nos depoimentos.
O corpo de Jeff Machado foi colocado em um baú e levado para o outro imóvel no porta-malas do carro da própria vítima. No caminho, o veículo chegou a ser multado após os acusados ultrapassarem uma barreira policial. Para a polícia, Jeander foi quem cavou um buraco de dois metros de profundidade e enterrou o baú no quintal da casa. Já Bruno teria comprado os materiais para concretar o chão e contratado o pedreiro que realizou o serviço.
Os policiais acreditam que o crime foi premeditado e que o imóvel onde o corpo foi enterrado tinha sido alugado exclusivamente com o propósito de ocultar o corpo. Depois do assassinato, Bruno ainda assumiu a identidade dele nas redes sociais e disse a familiares e amigos que o ator tinha ido trabalhar em São Paulo. Pelo menos três transações, que totalizam mais de R$ 5 mil, foram feitas no cartão da vítima depois do desaparecimento.
O crime teria relação com uma suposta promessa de trabalho em televisão feita por Bruno, que se apresentava como assistente de direção. Segundo as investigações, Jeff chegou a pagar cerca de R$ 18 mil para conseguir a vaga em uma novela, mas não foi escalado e começou a exigir que ele devolvesse a quantia. As gravações começariam três dias após o assassinato.
Bruno trabalhou na TV Globo até 2018, quando foi demitido por justa causa, por prometer a atores a participação em programas mediante pagamentos.
De acordo com a polícia, além de impedir a descoberta do golpe, o crime seria uma oportunidade de Bruno vender o carro e a casa da vítima para resolver problemas financeiros. O imóvel chegou a ser anunciado na internet por R$ 250 mil.
Em nota, o advogado de Bruno disse que vai se pronunciar após ter acesso aos detalhes do pedido de prisão. A BandNews FM tenta contato com a defesa de Jeander.