Suspeito de envolvimento em morte de advogado faz parte de grupo de matadores

O grupo criminoso, que existe há pelo menos três anos, teve início na Baixada Fluminense

Por Pedro Dobal

Suspeito de envolvimento em morte de advogado faz parte de grupo de matadores
Advogado foi assassinato no centro do Rio
Reprodução

O policial militar preso suspeito de coordenar a logística do assassinato do advogado Rodrigo Marinho Crespo, de 42 anos, pertence ao mesmo grupo de matadores que ficou conhecido como "novo Escritório do Crime", revelado no ano passado. A informação é da Polícia Civil.

Leandro Machado da Silva se entregou na terça-feira (5) e teve a prisão mantida pela Justiça.

Entre os crimes ligados ao "novo Escritório do Crime", está a morte do miliciano Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinhos Catiri, em 2022.

Segundo as investigações, um dos integrantes do grupo é Rafael do Nascimento Dutra, conhecido como "Sem Alma". Rafael já trabalhou no Batalhão de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, mesma unidade onde Leandro está lotado.

A Polícia Civil encontrou um padrão nos casos de assassinato envolvendo a quadrilha, o que ajudou a identificar os suspeitos da morte do advogado.  

O grupo criminoso, que existe há pelo menos três anos, teve início na Baixada Fluminense.

Apenas um dos fuzis utilizados pela quadrilha tem ligação com pelo menos seis homicídios entre 2022 e 2023: as mortes de um segurança do miliciano Marquinhos Catiri, de um integrante do grupo do contraventor Bernardo Bello, de um inspetor penitenciário, de um agente da Polícia Civil e de outro homem assassinado em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

O armamento ainda teria sido utilizado na tentativa de assassinato do filho do contraventor Luiz Cabral Waddington Neto, no ano passado. Na época, o bicheiro foi até uma delegacia, confessou que atuava na contravenção e disse que parte dos crimes tinha relação com a tentativa de criar uma nova cúpula do jogo do bicho, pelos contraventores Rogério de Andrade, Adilson Coutinho Oliveira Filho, o Adilsinho, que já foi apontado como o chefe de uma máfia de cigarros contrabandeados, e Vinicius Drumond, que é filho do bicheiro Luizinho Drumond, que morreu em 2020.

Segundo a Polícia Civil, Vinicius Drumond é um dos investigados pela morte do advogado Rodrigo Crespo e tem relação de proximidade com o PM suspeito de articular o crime. Drumond ainda teria ligado insistentemente para o dono da locadora usada pelos criminosos enquanto ele prestava depoimento.

Uma das linhas de investigação da Delegacia de Homicídios da Capital é de que o crime tenha relação com o interesse do advogado em investir em jogos de azar.  

Além de Leandro, outras duas pessoas estão presas acusadas de participar no monitoramento do advogado e também já foram transferidas para unidades prisionais: Eduardo Sobreira Moraes, que também se entregou, e Cézar Daniel Mondego de Souza, preso após apresentar uma versão inconsistente em depoimento. Ele teve a prisão mantida em audiência de custódia nesta quinta-feira (7).

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