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Três anos após crime, família de João Pedro cobra julgamento de policiais réus

O adolescente foi baleado em 2020, durante uma ação da polícia federal e civis no Complexo do Salgueiro

Por Pedro Dobal

Três anos após crime, família de João Pedro cobra julgamento de policiais réus
João Pedro Mattos, de 14 anos
Divulgação

Quatro anos depois do assassinato de João Pedro Mattos, de 14 anos, durante uma operação policial em São Gonçalo, a família critica a demora para a Justiça do Rio decidir se os policiais acusados vão ou não ser levados a júri popular.  

O adolescente foi baleado no dia 18 de maio de 2020, durante uma ação de policiais federais e civis no Complexo do Salgueiro, na cidade da Região Metropolitana do Rio. O jovem, que estava com outras cinco crianças, foi atingido na barriga e não resistiu.

Os familiares participaram de uma reunião na Assembleia Legislativa do Rio nesta sexta-feira (17).  

A mãe de João Pedro, Rafaela Matos, relata a dor que sente sempre que pensa nos momentos que deixou de viver com o filho, mas destaca que é necessário seguir na luta por justiça.

A perícia sobre o caso foi inconclusiva. Segundo a Polícia Civil, traficantes invadiram a casa da família de João Pedro e entraram em confronto com policiais. O imóvel ficou com 72 marcas de tiros.

Os agentes envolvidos na ocorrência respondem em liberdade e podem ser levados a júri popular, mas ainda não foram julgados. O processo está na fase de alegações finais, última etapa antes dessa decisão.  

Os policiais civis Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister são réus por homicídio. Os três foram interrogados na última audiência sobre o caso.

O pai de João Pedro, Neilton da Costa Pinto, diz que, até agora, a sensação é de impunidade, mas afirma que confia que os policiais serão punidos.  

No encontro na Alerj, foi confirmada a realização de uma audiência pública sobre crianças e adolescentes vítimas da violência policial no dia 28 de maio. Um ofício também deve ser enviado à Vara de São Gonçalo questionando a demora para o julgamento do caso. 

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