Quatro anos depois do assassinato de João Pedro Mattos, de 14 anos, durante uma operação policial em São Gonçalo, a família critica a demora para a Justiça do Rio decidir se os policiais acusados vão ou não ser levados a júri popular.
O adolescente foi baleado no dia 18 de maio de 2020, durante uma ação de policiais federais e civis no Complexo do Salgueiro, na cidade da Região Metropolitana do Rio. O jovem, que estava com outras cinco crianças, foi atingido na barriga e não resistiu.
Os familiares participaram de uma reunião na Assembleia Legislativa do Rio nesta sexta-feira (17).
A mãe de João Pedro, Rafaela Matos, relata a dor que sente sempre que pensa nos momentos que deixou de viver com o filho, mas destaca que é necessário seguir na luta por justiça.
A perícia sobre o caso foi inconclusiva. Segundo a Polícia Civil, traficantes invadiram a casa da família de João Pedro e entraram em confronto com policiais. O imóvel ficou com 72 marcas de tiros.
Os agentes envolvidos na ocorrência respondem em liberdade e podem ser levados a júri popular, mas ainda não foram julgados. O processo está na fase de alegações finais, última etapa antes dessa decisão.
Os policiais civis Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister são réus por homicídio. Os três foram interrogados na última audiência sobre o caso.
O pai de João Pedro, Neilton da Costa Pinto, diz que, até agora, a sensação é de impunidade, mas afirma que confia que os policiais serão punidos.
No encontro na Alerj, foi confirmada a realização de uma audiência pública sobre crianças e adolescentes vítimas da violência policial no dia 28 de maio. Um ofício também deve ser enviado à Vara de São Gonçalo questionando a demora para o julgamento do caso.