Nove em cada dez pessoas mortas pela polícia no Brasil em 2022 eram negras. É o que aponta um estudo feito pela Rede de Observato´rios da Seguranc¸a, com base em dados obtidos junto às Secretarias estaduais de Segurança Pública da Bahia, do Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo, via Lei de Acesso à Informação.
O cientista social Jonas Pacheco afirma que os dados expõem o racismo que atinge vários setores da sociedade.
O levantamento ainda aponta que, a cada quatro horas, uma pessoa negra foi morta pela polícia no ano passado. Esse é o quarto ano seguido em que a população negra aparece como a maior vítima da violência policial. Bahia e Rio foram responsáveis por 66,23% do total dos óbitos. No Rio de Janeiro, 54,39% da população é negra, mas o número de mortes representa 86,98%.
Para Jonas Pacheco, existe no Rio um discurso que perpetua essa situação.
Em nota, a Polícia Militar do Rio afirmou que tem feito a sua parte para enfrentar o desafio do racismo estrutural ao longo de mais de dois séculos. A corporação afirmou que foi o primeiro órgão público a oferecer a pretos uma carreira de Estado e, hoje, mais de 40% do efetivo é composto por pessoas negras.