Dielen vai mostrar cozinha da roça e temperamento forte no MasterChef: “Raízes"

Mineira de 25 anos conquistou avental do MasterChef 10 com galinhada bem temperada; veja entrevista exclusiva com a Dielen

Aline Naomi e Stefani Sousa

Dielen vai mostrar cozinha da roça e temperamento forte no MasterChef: “Raízes"
Dielen surpreendeu os jurados com galinhada e ganhou avental do MasterChef
Melissa Haidar/Band

Pecuarista de Santa Vitória, no interior de Minas Gerais, essa é a primeira vez de Dielen fora do estado onde nasceu e foi criada. Aos 25 anos, ela diz que nunca havia saído da fazenda até recentemente migrar para São Paulo em busca de uma vaga no MasterChef 10. Deu certo! Após ganhar a última colher de Erick Jacquin na fase das seletivas, ela enfrentou o embate da galinhada e conquistou de vez o paladar dos chefs.

Em entrevista ao Band.com.br, a mineira revela que estar no programa é quase um propósito de vida. “Sonho é algo que a gente pode acordar e acabar, eu planejei estar aqui, planejei viver tudo isso”, diz com firmeza.

Segundo ela, seu maior incentivo para mandar bem no jogo é celebrar a culinária do interior, muitas vezes subestimada: “Quero mostrar que a cozinha da roça pode, sim, ser da alta gastronomia e que eu posso fazer pratos sofisticados com as minhas raízes, com o meu tempero, com o meu jeito. Não quero perder a minha essência, quero colocar a minha essência no MasterChef”.  

Para isso Dielen conta com muita força de vontade, estudo e, em suas próprias palavras, “temperamento forte”. Ela escancara que é uma “pessoa difícil, muito competitiva”: “Se alguém falar alguma coisa comigo, a pessoa pode ter certeza de que eu vou responder. Eu não fico calada, não fujo de nada, gosto de respeitar e ser respeitada”, explica.  

Outro bônus é que o tempero da competidora já ganhou fama. No 1º episódio, ela apresentou um feijão tropeiro que foi bastante exaltado. A receita, que já era uma das favoritas dela, ganhou ainda mais espaço no coração. “É um prato simples, mas feito com muito amor, muito carinho. É o prato que o Jacquin experimentou e que conquistou ele, acho que essa vai ser a receita que mais marcou minha vida.”  

Já o ônus está nos desafios com frutos do mar. A pecuarista, que só viu praia na televisão ou no celular, está tendo as primeiras experiências com esses ingredientes agora. “Provei lula aqui em São Paulo, mas nem sei se estava muito gostosa porque foi a primeira vez que comi, é a única referência que tenho. Frutos do mar podem me complicar, mas nada que eu não consiga resolver.” 

Sonho para uma geração 

Dielen seguiu os passos da família. Do pai, herdou o amor pelos animais e, da mãe, a mão boa para a gastronomia. Ainda criança, começou picando alho e ralando cebola, mas logo aprendeu a cozinhar de tudo um pouco. “A gente sempre foi de comida raiz, e aí com a idade eu fui crescendo e querendo fazer coisas novas e reproduzir outras receitas, mas a minha culinária é muito regional, da terra.”  

Casada há 4 anos, a rotina com o esposo, Henrique, é intensa e começa logo cedo. Às 4h da manhã o cheiro de café toma conta da casa e o pão de queijo alerta para o início de um novo dia. “Eu e meu marido vamos muito cedo pro curral tirar leite, depois tratar de vaca, de galinha, é uma bicharada lascada. É tudo nós dois, a gente faz tudo junto”, conta. 

Se vencer a competição, Dielen planeja ter um bistrô com chão queimado e móveis de madeira. Porém, mais que isso, ela quer contribuir para que os jovens de Santa Vitória (MG) sonhem mais. “A cidade é muito pequena, imagina uma criança de lá se espelhar em mim e, não necessariamente seguir os meus passos, mas entender que ela também é capaz de fazer o que quiser”, reflete. Isso, por si só, já deixaria a competidora realizada. Boa sorte, Dielen! 

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