Fórmula 1

Pietro Fittipaldi e Romain Grosjean levam amizade da F1 para os EUA

Colegas dos tempos de Haas, os dois pilotos dividem carro da Dale Coyne na Indy em 2021

Emanuel Colombari

Colegas dos tempos de Haas, os dois pilotos dividem carro da Dale Coyne na Indy em 2021
Colegas dos tempos de Haas, os dois pilotos dividem carro da Dale Coyne na Indy em 2021
@pifitti/Instagram

As trajetórias de Pietro Fittipaldi e Romain Grosjean têm se encontrado com frequência nos últimos anos.

Em 2021, os dois dividem o carro 51 da Dale Coyne na temporada da Fórmula Indy – o brasileiro disputa as corridas em ovais, enquanto o francês pilota nos circuitos mistos.

Antes disso, eles foram colegas de boxes na Fórmula 1 na Haas. Pietro foi anunciado piloto de testes do time no fim de 2018, e segue ocupando a posição em 2021.

Já Grosjean foi titular do time norte-americano entre 2016 e 2020. Só ficou fora nas duas últimas corridas da última temporada, após um grave acidente no GP do Bahrein. O substituto? Pietro.

Desta forma, nasceu uma amizade entre os dois pilotos, hoje parceiros nos EUA.

“Eu conheço o Romain desde 2018, quando fiz meu primeiro teste com a Haas. Durante esses anos, a gente foi ficando amigos. É um cara muito gente boa”, elogiou Pietro em entrevista coletiva à imprensa brasileira antes das 500 Milhas de Indianápolis.

“Quando ele fez o GP de Indianápolis (em 15 de maio, no traçado misto da pista), ele ficou no motorhome aqui. Ele foi embora e eu fiquei no motorhome. Ele mostrou tudo. É legal ter essa sequência de Haas juntos lá, e por coincidência correndo no mesmo carro aqui na Indy”, acrescentou.

O calendário, no entanto, impede que os dois estejam juntos nos mesmos grids. E mesmo que os dois dividam o carro ao longo do ano, Pietro lembra que a troca de experiências acaba sendo restrita por causa das características das pistas.

“Já fui a duas corridas mistas para ajudar e tentar aprender um pouco. Se ele aprende algo em um circuito misto, não dá para usar em oval. E quando eu aprendo em oval, é a mesma coisa. No final, a gente não consegue se ajudar tanto - não é como se eu corresse algumas mistas e ele ovais”, explicou.

Hoje, com um pé na Fórmula 1 e um pé na Fórmula Indy, Pietro garante: adaptação com os diferentes carros não tem sido um problema para ele.

“Acho que um piloto tem que ter habilidade de pilotar bem qualquer carro. No final, você se adapta muito rápido. Antes da minha corrida de Fórmula 1 (a estreia no GP de Sakhir em 2020), gostaria de ter tido mais treino, mas a oportunidade veio e eu precisei fazer o melhor. No final, você se adapta. Depois de cinco ou seis voltas, você está no ritmo, se acostuma com o carro”, diz.

Expectativa: 500 Milhas

Pietro Fittipaldi recebe prêmio como melhor novato no grid das 500 Milhas de Indianápolis em 2021 (Crédito: RF1/Divulgação)

Enquanto espera por um bom carro da Haas para 2022 na Fórmula 1, Pietro colhe bons frutos na Indy. Na classificação para as 500 Milhas de Indianápolis, ele conseguiu o 13º lugar (entre 30 pilotos) e foi premiado como o melhor novato no grid. De quebra, ainda sairá na frente de nomes como Takuma Sato (15º), Juan Pablo Montoya (24º), Sébastien Bourdais (27º) e Max Chilton (29º) na prova deste domingo (30).

“Estou ansioso para começar a corrida”, reconheceu. “É incrível. Acho que pilotei mais aqui do que em qualquer outra pista na minha vida. Semana passada, de sete dias da semana, a gente andou seis dias. É uma preparação muito grande para a corrida.”

Embora jamais tenha corrido em Mônaco ou Le Mans, palcos de provas que formam a chamada Tríplice Coroa do Automobilismo, o neto de Emerson Fittipaldi acredita que uma vitória em Indianápolis teria um sabor único na carreira.

“Acho que ganhar essa corrida é a melhor corrida para ganhar. Tem sido muito emocionante estar aqui. A classificação foi muito boa, mas a gente já está muito focado na corrida”, assegurou.

Além de Pietro, outros dois brasileiros disputarão as 500 Milhas de 2021, e com retrospecto bastante positivo: Tony Kanaan (Chip Ganassi), com uma vitória na pista (2013) e terceiro no grid, e Hélio Castroneves (Meyer Shank Racing), que venceu três vezes (2001, 2002 e 2009) e largará em sexto. A vitória de Tony foi justamente a última de um brasileiro na prova. Mas a perspectiva é otimista.

“Os carros da Ganassi estão bem rápidos e bem competitivos em simulação de corrida. O Helinho também, e o nosso carro também. Acho que temos boas chances de ter um brasileiro vencendo ou andando lá na frente”, analisou Pietro, que mira alto. “Imagina se dá um Top 3 tudo Brasil? Ia ser incrível.”

E no que depender do sobrenome, é bom que os rivais estejam ligados. Emerson Fittipaldi venceu duas vezes a corrida, em 1989 e 1993. Christian Fittipaldi, primo de segundo grau de Pietro, foi segundo em 1995.

“Eu já tinha assistido às corridas dele (Emerson) no YouTube. É bem emocionante poder assistir, ver a vitória e a importância da corrida. É um negócio incrível. Falei com o Christian antes de vir para cá, com meu tio Max Papis”, contou, com a estratégia em mente. “É muito bom estar aqui com eles. A corrida é longa, então tem que ter paciência. Cada pit stop que você faz é uma minicorrida. Cada stint é uma corrida.”

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