Por que Lewis Hamilton falou que foi 'roubado' no GP de Abu Dhabi em 2021

À revista GQ, heptacampeão revisitou a corrida polêmica que resultou no título de Verstappen

Da redação

À revista GQ, Lewis Hamilton falou sobre a decisão da temporada 2021 da Fórmula 1 e disse que foi “roubado” no GP de Abu Dhabi, que fechou o campeonato naquele ano.

“Fui roubado? Obviamente. Quer dizer, vocês conhecem a história”, afirmou Hamilton à edição de abril de 2024 da publicação.

“Acho que o que foi realmente bonito naquele momento, o que eu tiro daquilo, é que meu pai estava comigo. E passamos juntos por esta grande montanha-russa da vida, com altos e baixos. No dia que mais me machucou, ele estava lá, e a maneira como ele me criou foi sempre manter-se em pé, manter a cabeça erguida”, disse o piloto.

Entenda o caso

  • A história em que Hamilton diz ter sido roubado é uma das maiores polêmicas recentes da F1. O caso gerou protestos da Mercedes, que cogitou levar o caso à Corte Arbitral do Esporte (CAS), e culminou na saída do diretor Michael Masi. A FIA (Federação Internacional do Automobilismo) também reconheceu o “erro humano” no GP em Abu Dhabi.
  • Max Verstappen e Hamilton chegaram para a última corrida do ano empatados em pontos (369,5 pontos). A vitória, portanto, valeria o título.
  • A polêmica na corrida começou quando Nicholas Latifi, que vinha em 14º, levou a pior em um duelo com Mick Schumacher na volta 53. A batida resultou em safety car na pista. A essa altura, Hamilton tinha 14s9 de vantagem para o holandês da Red Bull.
  • Sem nada a perder, a Red Bull chamou Verstappen para os boxes na volta 54, arriscando com pneus macios.
  • Em seguida, foi quando o diretor de provas Michael Masi cometeu dois erros. Isso porque tinham vários retardatários entre os cinco primeiros colocados.
  • Segundo a regra, o diretor de prova precisaria permitir que todos eles tirassem as voltas dadas pelos líderes para se juntar ao fim da fila antes de autorizar o reinício da prova.
  • Além disso, ainda de acordo com o regulamento, Masi precisaria esperar os retardatários se juntarem ao fim da fila para só depois mandar o safety car de volta para os boxes.
  • Porém, Masi realizou o procedimento apenas para os carros que separavam Hamilton, o líder da prova, de Verstappen, o segundo.  Além disso, Masi não esperou os retardatários se juntarem ao fim da fila antes de mandar o carro de segurança para os boxes, o que possibilitou a realização de uma última volta.
  • Neste momento, havia bastante pressão nos rádios, seja da Mercedes ou da Red Bull.
  • Com essas decisões do diretor de prova, Max Verstappen, que foi aos boxes em uma manobra arriscada e estava de pneus macios, teve a brecha que precisava para superar Hamilton, de pneus duros e bem gastos àquela altura, no giro final.
  • Caso Masi tivesse seguido o regulamento, porém, a corrida poderia ter sido encerrada em regime de safety car, o que daria a vitória da corrida e o título da temporada a Lewis Hamilton, que não seria ultrapassado.
  • Foi com esse pensamento que a Mercedes não chamou o heptacampeão para os boxes, para também colocar pneus macios, por entender que a corrida terminaria com safety car na pista.
  • Embora a FIA tenha reconhecido o “erro humano”, seguido da demissão de Michael Masi, a organização da F1 disse que os resultados “do Campeonato Mundial [de 2021] são válidos, definitivos e não podem ser alterados”.

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