O Ministério das Relações Exteriores divulgou nesta sexta-feira (1º) uma nota com duras críticas ao governo de Israel após ataque a tiros que deixou mais de 100 mortos durante distribuição de ajuda humanitária no Norte da Faixa de Gaza.
Para o governo brasileiro, “trata-se de uma situação intolerável, que vai muito além da necessária apuração de responsabilidades pelos mortos e feridos”.
“O governo Netanyahu volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal. E cabe à comunidade internacional dar um basta para, somente assim, evitar novas atrocidades. A cada dia de hesitação, mais inocentes morrerão”, declarou o Itamaraty.
O Itamaraty pontua que as aglomerações em torno dos caminhões que transportavam ajuda humanitária demonstram a situação de desespero a que a população civil do enclave está submetida para obtenção de alimentos no território.
“A inação da comunidade internacional diante dessa tragédia humanitária continua a servir como velado incentivo para que o governo Netanyahu continue a atingir civis inocentes e a ignorar regras básicas do direito humanitário internacional. Declarações cínicas e ofensivas às vítimas do incidente, feitas horas depois por alta autoridade do governo Netanyahu, devem ser a gota d’água para qualquer um que realmente acredite no valor da vida humana”, acrescentou.
“A humanidade está falhando com os civis de Gaza. E é hora de evitar novos massacres”
Ao expressar solidariedade ao povo palestino e aos familiares das vítimas, o Ministério das Relações Exteriores reafirmou o repúdio a toda e qualquer ação militar contra alvos civis, principalmente aqueles ligados à prestação de ajuda humanitária e de assistência médica.
“O Brasil reitera a absoluta urgência de um cessar-fogo e do efetivo ingresso em Gaza de ajuda humanitária em quantidades adequadas, bem como a libertação de todos os reféns”, reforçou o Itamaraty.
O Itamaraty também destacou a obrigatoriedade da implementação das medidas cautelares emitidas pela Corte Internacional de Justiça (CIJ), em 29 de janeiro, que demandam que Israel tome todas as medidas para impedir a prática de todos os atos considerados como genocídio, de acordo com o Artigo II da Convenção para a Prevenção e a Repressão e Punição do Crime de Genocídio.
