Peças que parecem brinquedos ganharam o coração dos adultos e as galerias de arte. E podem valer um bom dinheiro.
Personagens clássicos da Disney, da série “Friends” e até o criador da Marvel Stan Lee representados em Toy Art, a nova expressão da arte contemporânea.
Personalizadas, as peças são assinadas por designers e artistas plásticos. À primeira vista parecem infantis, afinal, retratam desenhos animados e heróis, mas tirem as crianças da sala: são consideradas obras de arte e voltadas outra faixa etária.
Com muitas referências do universo pop, elas viraram febre entre os adultos, que colecionam e investem nelas no mercado da arte.
“Como eu comecei muito jovem, eu não tinha grana para investir, ainda era estagiário, tava começando a minha carreira. Então, o que começou a me motivar foi quando eu comprei um boneco, vendi esse boneco e consegui comprar três com esse valor vi que ‘opa, tem coisa eu consigo fazer aqui’ E a minha coleção se pagou além do meu investimento inicial, essa rotatividade de compra e venda, foi sempre se pagando. E a última conquista que eu consegui vendendo parte da minha coleção no ano passado foi dar entrada em um apartamento, na minha casa própria”, explicou o publicitário e colecionador Diogo Ferreira.
O designer de brinquedos Alexandre Silva também era um colecionador. Até que colocou a mão na massa.
“É um quadro 3D, vamos dizer assim. Eu lancei o gametoy, que é a cabeça de um controle de videogame e depois comecei a transformar ele em outros personagens, tipo o Mickey. Então dá para eu customizar, daí ele vai virar o Mario [Bros]”, relembrou.
Uma linha de produção artesanal. Em um estúdio mineiro, as pequenas esculturas ganham formas e ideias.
“O toy art, assim como arte de forma em geral, é alto que está aqui para te fazer pensar, para representar algum símbolo ou desconstruir ele ou algo que tenha uma mensagem por trás. Um brinquedo, o fim da utilidade é o brincar. E o toy art não é por aí. É o colecionismo, é o fazer pensar, uma coisa provocativa com algum símbolo ou imagem que as pessoas reconheçam. Impactar as pessoas de outra forma” diz Matheus Mattos, fundador da Mattosbox Studio.
Uma brincadeira levada a sério. E rentável.
“Aqui, uma peça no estúdio nosso ticket médio gira em torno de 300, 400 reais, dependendo da peça. Vale a pena, o estúdio tem crescido bastante. Em 2018, eu estava sozinho, e agora eu trabalho com mais cinco pessoas”, finalizou.