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CPI da Pandemia cancela 3ª convocação de Marcelo Queiroga

Comissão quer ouvir médico Carlos Carvalho, responsável pelo adiamento da análise da votação sobre uso do "kit Covid" pelo Conitec

Angelo Nascimento, do BandNews TV

Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues, da CPI da Pandemia
Omar Aziz, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues, da CPI da Pandemia
Pedro França/Agência Senado

A cúpula da CPI da Pandemia decidiu por não convocar o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para o terceiro depoimento dele à comissão, que aconteceria na próxima segunda-feira (18).

Na reunião feita pelo grupo majoritário da comissão virtualmente na manhã desta terça (12), decidiu-se por ouvir, no mesmo dia que estava reservado para Queiroga, o médico Carlos Carvalho, responsável por coordenar um estudo com parecer contrário ao uso do chamado "kit Covid". Para sacramentar a decisão, a comissão fará uma sessão extraordinária nesta sexta (15) para aprovar o requerimento de convocação.

Foi de Carvalho, pneumologista e coordenador da UTI respiratória do Incor, a decisão de adiamento da análise da votação sobre o uso do "kit Covid" pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS (Conitec). Ele negou ter sido pressionado pelo governo para essa decisão.

O que havia motivado o requerimento pela nova convocação de Queiroga foi justamente a decisão do Conitec de ter tirado da pauta a votação sobre o relatório sobre a exclusão uso de medicamentos sem eficiência comprovada contra a Covid-19, que aconteceria na última semana. A suspeita é que isso tenha acontecido após interferência do presidente Jair Bolsonaro. O ministro da Saúde negou ter tido influência na decisão.

Os senadores entenderam que o ministro respondeu por escrito as questões solicitadas e que a presença pessoal dele no Senado não agregará nos trabalhos finais.

A Conitec assessora o Ministério da Saúde em relação a incorporar, excluir ou alterar tratamentos médicos no Sistema Único de Saúde (SUS). Carlos Carvalho é coordenador dessa comissão.

No mesmo dia do depoimento de Carvalho, a CPI vai ouvir entidades que representam familiares de vítimas da Covid-19.

A previsão é que o relatório final da CPI da Pandemia seja votado na próxima terça (19) e lido no dia seguida, em 20 de outubro. O relator do parecer, senador Renan Calheiros (MDB-AL), disse que devem estar listados ao menos 11 crimes atribuídos ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Entre eles, crimes de responsabilidade, contra a saúde pública e contra a humanidade, além do indiciamento de outras 40 pessoas. O texto será encaminhado ao Ministério Público e à Procuradoria-Geral da República.

Senadores governistas prometem apresentar relatórios paralelos como forma de contestação. 

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