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Complexo do Alemão: 10 anos após ocupação, tráfico volta a crescer

Da Redação com BandNews FM Rio

A ocupação foi uma das maiores operações integradas já feitas
A ocupação foi uma das maiores operações integradas já feitas
Agência Brasil

A esperança por dias melhores ficou para trás. Dez anos depois da ocupação das forças policiais no Complexo do Alemão, o tráfico voltou a se fortalecer. Atualmente, os criminosos dominam cerca de três mil quilômetros quadrados, onde vivem aproximadamente 70 mil pessoas.

Os moradores estão novamente em áreas conflagradas, distribuídas por treze favelas, que compõe o complexo.

Quando as tropas federais e de segurança pública entraram no Complexo do Alemão, o criador do Portal Voz das Comunidades tinha apenas 17 anos. Hoje, Renê Silva afirma: o cotidiano da favela se tornou mais violento, do que em relação há uma década.

A ocupação foi uma das maiores operações integradas já feitas no Rio de Janeiro. Foram cinco horas de confronto. As forças de segurança tiveram dificuldade em chegar ao alto do morro, de onde hastearem a bandeira do Brasil.

A ação se tornou um símbolo do que prometia ser a retomada do controle por parte do Estado, diante do domínio do tráfico.

Na ação, quase quarenta toneladas de drogas e seiscentos fuzis foram encontrados. A Unidade de Polícia Pacificadora foi instalada, junto com a promessa de dias melhores para os moradores.

Diferentes espaços culturais foram inaugurados, o teleférico do Alemão passou a facilitar o deslocamento de quem mova nas partes mais altas do complexo. Mas os locais pararam de funcionar com o tempo, e a presença do estado só continuou através da Policia Militar.

O atual chefe de Polícia Civil do Rio, Allan Turnowski, critica a gestão da época e reconhece: hoje a polícia não consegue atuar em todos os lugares do Complexo do Alemão.

Em meio a insegurança e alta criminalidade estão as crianças, que precisam lidar com a violência. Rene Silva afirma que antes mesmo de aprender a ler e escrever, os mais jovens precisam aprender a se proteger.

Hoje, para entrar nas comunidades, motoristas precisam de autorização, além de terem que desviar de barricadas. As cabines das UPPs estão vazias e a presença do tráfico é ostensiva. O complexo voltou a ser comandado pela maior facção criminosa do Rio de Janeiro, o Comando Vermelho.

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