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Conselho de Ética aprova e plenário deve votar cassação de Arthur do Val

Perda de mandato só ocorrerá se a maioria dos 94 deputados estaduais votarem a favor

Da Redação, com BandNews TV

O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou nesta terça (12), por unanimidade, o relatório que pede a cassação do mandato do deputado estadual Arthur do Val (União), conhecido como Mamãe Falei, por quebra de decoro parlamentar. 

Os nove membros do conselho acataram o parecer do relator Delegado Olim (PP). O processo contra o deputado foi aberto após áudios sobre refugiadas ucranianas terem vazado no início de março, durante viagem para suposta ajuda humanitária ao país.

Do Val disse nos áudios que mulheres ucranianas são “fáceis, porque são pobres”. entre outras declarações machistas.

O pedido de cassação seguirá agora para votação em Plenário, em forma de projeto de lei. A perda de mandato só ocorrerá se a maioria dos 94 deputados estaduais votarem a favor do projeto. Com isso, caso aprovado, o deputado deve perder os direitos políticos por oito anos, podendo voltar a disputar as eleições somente a partir de 2032.

Em discurso, o deputado protestou contra o processo de cassação. "Esse processo de cassação aqui não é um processo de cassação pelos meus defeitos. É um processo de cassação pelas minhas virtudes — afirmou o parlamentar, citando episódios em que teria barrado privilégios aos deputados da Alesp.

O parlamentar foi apoiado por manifestantes do Movimento Brasil Livre (MBL), do qual faz parte, que fizeram uma manifestação em frente à Assembleia. 

O caso

Arthur do Val foi à Ucrânia em meio à guerra no país e chegou a postar uma foto nas redes sociais onde estaria ajudando a produzir coquetéis molotov para combater os russos.

Ao deixar o país, na fronteira com a Eslováquia, o deputado enviou um áudio a amigos, elogiando a beleza das refugiadas ucranianas. Em seguida, afirmou que pretende voltar ao Leste Europeu e disse que as mulheres lá são “fáceis” por serem pobres.

“Assim que essa guerra passar eu vou voltar pra cá. E detalhe, elas olham. E são fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheio de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, a gente não tinha tempo, mas colei em dois grupos de minas e é inacreditável a facilidade”, disse ele no áudio.

Na chegada ao Brasil, o deputado deu entrevistas confirmando ser o autor do áudio e retirou sua pré-candidatura ao governo do estado de São Paulo. Ele afirmou ter cometido “um erro em um momento de empolgação”.

“Não é isso que eu penso. O que eu falei foi um erro em um momento de empolgação. A impressão que está passando aqui é que eu cheguei lá, tinha um monte de gente, e eu falei 'quem quer vir comigo que eu vou comprar alguma coisa'. Não é isso. Eu fui pra fazer uma coisa, mandei um áudio infeliz e a impressão que passou é que fui fazer outra coisa”.


 

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