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Não podemos trazer 2022 para dentro da CPI da Pandemia, diz Simone Tebet

Senadora admite possibilidade de acareações após fim do recesso da comissão, em agosto

Da Redação, com BandNews TV

A CPI da Pandemia entrou em recesso e só deve retomar sessões em 3 de agosto. E para a senadora Simone Tebet (MDB-MS), é preciso proteger a comissão de interesses eleitorais, especialmente pensando em relação às disputas de 2022.

“A CPI precisa ter foco agora. Precisamos ter muito cuidado com narrativas, não trazer 2022 para dentro do processo. A gente precisa saber separar o joio do trigo”, afirmou Tebet, em entrevista nesta sexta-feira (16) à BandNews TV.

Segundo a senadora, as denúncias “estão chegando”, não apenas em relação ao governo federal, mas também em relação aos estados. A partir de agosto, a CPI deve continuar a ouvir testemunhas, mas acareações entre versões não estão descartadas.

Até aqui, diz, as sessões chegaram a resultados importantes. “Entramos no recesso no meio da segunda fase da CPI. A CPI concluiu uma fase, que era a principal, de analisar se houve omissão dolosa do governo federal na condução da pandemia, no atraso de vacinas, nas condutas erráticas, quando fomos surpreendidos negativamente com uma série de denúncias de supostos crimes de corrupção contra a administração pública, envolvendo compra de vacinas – a princípio sem eficácia e desconhecidas”, analisou Tebet, que atenta para a participação de empresários nos processos de compra de vacinas contra o novo coronavírus.

“Diante de tudo isso, muita coisa vai ser desvendada. Acho que teve, sim, muitos empresários sim de boa-fé nesse processo, alguns atravessadores que quiseram levar dinheiro, inclusive levando (vacinas) para clínicas particulares para serem comercializadas. Não dá para saber no caso de Bharat (Biotech, fabricante da Covaxin) se esses empresários estavam de boa-fé ou má-fé”, declarou também.

Nos últimos dias, além de apurar o acordo de compra da Covaxin, a comissão também se dedicou a investigar o suposto caso de propinas envolvendo a compra das vacinas da AstraZeneca. Segundo Simone Tebet, os dois casos carecem de cuidados.

“O que surpreende no caso da AstraZeneca é como é que tanta gente que não tinha o mínimo de lastro, o mínimo de reconhecimento profissional, chegou na antessala do Palácio do Planalto. Essa história precisa ser bem contada”, disse, apontando para indícios mais graves a respeito do acordo de compra da Covaxin.

“Essa, sim, teve nota de empenho, foi reservado o dinheiro, assinatura de um contrato ilegal, com uma empresa que já tinha denúncia de irregularidade, e essa suposta tentativa de propina dentro de um valor acima da média da comercialização de uma vacina desconhecida”, descreveu.

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