O jornalista Rodolfo Schneider falou no Jornal da Band desta sexta-feira sobre as novas críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o governo de Israel e os mais recentes ataques promovidos no sul de Gaza, local onde os palestinos foram deslocados como refúgio.
Apesar de repudiar a fala de Lula, que comparou os ataques a civis em Gaza ao Holocausto promovido por Hitler contra os judeus na Segunda Guerra Mundial, Schneider criticou a ofensiva de Israel em Rafah, cidade que foi indicada como local seguro e abriga hoje mais de 1 milhão de palestinos.
"Agora há pouco, no Rio, o presidente Lula tentou voltar a falar no assunto, corrigir. Nós já tratamos disso aqui, da maneira absolutamente indevida da comparação que ele fez. Com o Holocausto não tem comparação. Mas o único local pra onde Israel orientou as pessoas a se deslocarem, a cidade de Rafah, pra população se deslocar e ter segurança, está sendo bombardeado diariamente", afirmou o jornalista.
Schneider cobrou uma postura firme de líderes mundial por um cessar-fogo na região. "Oito pessoas da mesma família morreram, já são mais de 30 mil mortos, a maioria crianças, mulheres e idosos, pessoas inocentes. Até quando a gente vai ver isso? Quando teremos uma decisão, uma postura mundial, global, de unificação pra exigir o cessar-fogo? O que as pessoas fazem? Não podem sair de lá, têm que ficar na cidade, a cidade que teria que ser segura, e vem bomba. Quem vai parar a ofensiva de Israel comandada por Benjamin Netanyahu (primeiro ministro de Israel)?".
Mais cedo, em evento no Rio de Janeiro, Lula voltou a tratar do assunto, disse que suas declarações foram distorcidas por Netanyahu e voltou a acusar Israel de "genocídio" contra a população palestina. "Eu sou favorável a criação do Estado Palestino livre e soberano. Que possa esse Estado Palestino viver em harmonia com o Estado de Israel. O que o governo de Estado de Israel está fazendo não é guerra, é genocídio. Crianças e mulheres estão sendo assassinadas. Não tentem interpretar a entrevista que eu dei. Leia a entrevista e parem de me julgar a partir da fala do primeiro ministro de Israel", disse.