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Navios russos entram nas águas da tensão no Oriente Médio

Por Moises Rabinovici

Vladimir Putin, presidente da Rússia
Vladimir Putin, presidente da Rússia
Reuters

Um navio de guerra e uma fragata russos entraram no Mar Vermelho pelo estreito de Bab-el-Mandeb, enquanto soldados russos estão instalando novos postos de observação na fronteira entre Síria e Israel, nas colinas do Golan.

O que quer a Rússia? Um analista do jornal israelense Yedioth Aharanot sugere que “a Rússia está sinalizando sua vontade de se envolver na volátil arena marítima, alterando potencialmente a dinâmica da região de forma significativa”. Mas há uma segunda interpretação: “pressão sobre o governo israelense”.

O apoio da Rússia ao Hamas e ao Irã, e o apoio de Israel à Ucrânia, começam a gerar problemas. Os russos têm bases marítima e aérea na Síria, que até hoje não impediram os sobrevoos da aviação de guerra israelense na região. E devem ao Irã o fornecimento dos drones com que atacam a Ucrânia. Com seus avançados sistemas SAM antiaéreos, podem impedir a retaliação que Israel está preparando contra o ataque dos 300 drones e mísseis do sábado passado.

Os russos não são a única novidade na tensão no Oriente Médio. Os iranianos com base na Síria estão fugindo da prometida represália israelense. A ordem de retirada partiu do comando do Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica. Ficam apenas alguns soldados guardando os locais onde existem depósito de armamento.

Chegam os russos, saem os iranianos da Síria, e Jerusalém recebe diplomatas que esperam convencer o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a não retaliar pelo ataque inédito sofrido no sábado, que causou danos pequenos numa base militar do sul e feriu gravemente uma menina beduína de sete anos.

Depois de receber os ministros das Relações Exteriores da Alemanha e do Reino Unido, Annalena Baerbock e David Cameron, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou: “Quero deixar claro que tomaremos as nossas próprias decisões e que o Estado de Israel fará tudo o que for necessário para se defender”.

Na manhã desta quarta-feira, o Hezbollah lançou um drone camicase que feriu 18 pessoas, entre elas 13 reservistas, cinco deles em estado grave, em um centro comunitário em Arab al-Aramshe. O drone cruzou a fronteira sem despertar os alarmes de ataque aéreo.

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