O avô de Lucas Costa Souza mostra fotos de infância do neto, morto por um guarda civil metropolitano em São Bernardo do Campo, ABC Paulista. O rapaz foi confundido por um assaltante depois de tentar entrar no carro que achava ser do pai.
“Meu neto era uma pessoa muito excelente. Nunca deu trabalho para ninguém”, desabafou a avó da vítima em entrevista à Band.
O GCM Marcelo Antônio de Oliveira foi preso em flagrante. Uma arma de brinquedo foi entregue por ele, mas não pertencia ao estudante.
Após sair do curso, numa noite chuvosa, Lucas caminhou em direção ao ponto de ônibus. O carro do GCM parou na avenida. A vítima, então, seguiu em direção à porta do passageiro. Após abri-la, foi baleado.
“Ele sempre fazia isso. Nesse dia, ele [pai de Lucas] foi buscá-lo, mas a gasolina acabou. Aí mandou mensagem para minha irmã para avisar ao Lucas que o pai não conseguiria pegá-lo. Com isso, ele voltaria de ônibus”, contou Crisane Silveira, tia de Lucas.
O GCM estava no carro com a mãe de 57 anos em um veículo modelo Celta vermelho. O carro do pai de Lucas é um Corsa, também vermelho. Na delegacia, o guarda disse que Lucas abriu a porta do carro dele e disse “Vai” com menção de que estaria armado e mão posicionada no meio do peito.
Depois de ser baleado, Lucas ainda correu e foi perseguido pelo GCM, que relatou que a vítima tinha jogado um objeto no gramado.
“O GCM Marcelo de Oliveira Júnior afirmou que encontrou uma réplica de pistola ao lado de uma árvore”, diz o boletim de ocorrência.
O delegado Alberto José Mesquita, em entrevista à Band, disse que a versão do GCM é conflitante com a ocorrência.
“Durante a elaboração do interrogatório, ele pediu para que fosse alterada a versão da localização da arma de fogo”, pontuou Mesquita.
A prisão de Marcelo foi confirmada na audiência de custódia. A polícia não encontrou câmeras de segurança no local do crime.