Band Rio

Fundadores da FGV são alvos de operação da PF que investiga esquema de corrupção

Investigação indica que a instituição fraudava licitações e superfaturava contratos, em troca de propina

Karol Neves*

Cerca de 100 agentes da PF atuam na operação.
Cerca de 100 agentes da PF atuam na operação.
Reprodução

A Polícia Federal faz uma operação nesta quinta-feira (17) para cumprir 29 mandados de busca e apreensão contra fundadores da Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro e em São Paulo. A investigação, que teve início em 2019, apontou um grande esquema de corrupção, indicando que a instituição fraudava licitações e superfaturava contratos, em troca de propina. O objetivo era direcionar a contratação de serviço público, de acordo com orientações de agentes públicos.

O dinheiro da propina, de acordo com a investigação, era lavado e enviado ao exterior, para paraísos fiscais, como Suíça, Ilhas Virgens e Bahamas.

Desde 2019, a investigação aponta que a instituição de ensino e pesquisa, uma dais mais renomadas do país, era utilizada por órgãos federais e por outros diversos órgãos estaduais para fabricar pareceres que mascaravam o desvio de finalidade de diversos contratos.

RELEMBRE O CASO

Em 2018, o ex-superintendente do Banco Prosper e ex-presidente da Bolsa de Valores do Rio, Edson Figueiredo Menezes, foi preso depois de uma investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal de pagamento de propina na venda da gestão da folha de pagamento dos servidores do estado no governo de Sérgio Cabral.

De acordo com o MPF, em 2006, na gestão anterior, foi contratada uma consultoria da Fundação Getúlio Vargas para fazer o procedimento, que subcontratou o Banco Prosper. O edital da venda do banco foi lançado em 2010 e o processo terminou em 2011, durante o mandato de Cabral.

Na época, a investigação se baseou em depoimentos do operador do ex-governador, Carlos Miranda. Segundo ele, teria sido paga uma propina de seis milhões de reais. Metade em dinheiro e metade em garrafas de vinho para Sérgio Cabral.

Além da prisão de Edson Menezes, buscas e apreensões em seis endereços ligados a ele também foram autorizadas. A FGV, em nota, confirmou a contratação do Banco Prosper para assessorar na negociação por conta da sua experiência no mercado de capitais, mas informou que a contratação foi feita legalmente. A instituição alegou não ter conhecimento de irregularidades e informou que "todos os valores e condições do leilão, foram publicamente divulgados”.

*Sob supervisão de Natashi Franco