Band Rio

Caso Henry: Monique relata agressões de Jairinho contra ela em audiência

Ex-vereador não quis ser interrogado na sessão

Felipe de Moura (sob supervisão de Beatriz Duncan)

Monique Medeiros foi interrogada hoje
Monique Medeiros foi interrogada hoje
Leonardo Teixeira/Band Rio

Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, diz ter sido agredida por Jairinho em diversas ocasiões. A afirmação foi feita durante uma audiência no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), nesta quarta-feira (9). Essa é a primeira vez que ela é ouvida no caso.

Durante o depoimento, ela afirmou que a primeira agressão teria acontecido em janeiro de 2020, quando ela acordou sendo enforcada pelo ex-vereador, ao lado do filho. Monique e a criança dormiam na casa dos pais da ré, em Bangu, na Zona Oeste. O motivo teria sido ciúmes de Leniel, ex-marido da Monique e pai de Henry.

Monique voltou a relatar uma briga, na qual afirma que o ex-vereador jogou um controle remoto no rosto dela, chegando a machucar a boca. Durante a discussão, ele a teria pegado pelos braços e a jogado no sofá, machucando os braços da professora. Em seguida, ela teria dito que iria embora de casa. Jairinho então teria escondido a bolsa de Monique, dado uma joelhada na parede e ferido o joelho.

JAIRINHO SE RECUSA A FALAR

O interrogatório de Jairinho também estava previsto para acontecer na tarde de hoje, mas o mesmo se recusou a falar. Acusado de homicídio triplamente qualificado e tortura contra Henry Borel, o ex-vereador disse que "nunca encostou em um fio de cabelo de Henry". Foram apenas 10 minutos de fala, que não puderam ser filmados pela imprensa, nem transmitidos pelo TJRJ.

Segundo o ex-vereador, as ações são necessárias para provar a inocência dele e de Monique Medeiros. Ele afirmou que acredita que ela também seja inocente.

PROTESTOS NO TRIBUNAL

Pela manhã, manifestantes pediram por justiça na porta do Tribunal. Familiares de outras vítimas de crimes bárbaros participam da manifestação, como a mãe de Eliza Samudio, morta, em 2010, pelo goleiro Bruno.  

E AGORA?

A Justiça prevê que esta quarta seja o último dia de audiência do caso. Ao fim das alegações, a juíza Elizabeth Machado Louro vai decidir se Jairinho e Monique vão a júri popular, se são absolvidos ou se o caso é de outra competência.

O menino Henry Borel, de 4 anos, morreu no dia 8 de março de 2021, no Hospital Barra D’Or, na Barra da Tijuca. Ele foi vítima de tortura feita pelo padastro, o ex-vereador Jairinho, no apartamento em que morava, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A mãe, Monique Medeiros, atrapalhou as investigações da polícia e encobriu o caso.