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Com falta de medicamentos, tratamentos contra o câncer são paralisados

O Rio Grande do Sul sofre com a escassez de radiofármacos e restringe os cuidados a 30% dos pacientes

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Com falta de medicamentos, tratamentos contra o câncer são paralisados
Com falta de medicamentos, tratamentos contra o câncer são paralisados
Foto: Pexels

A interrupção da produção e do fornecimento de radiofármacos usados no tratamento de pacientes com câncer já impacta os principais hospitais do Rio Grande do Sul. A suspensão ocorre pela falta de recursos do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, do Governo Federal.

Na semana passada, o IPEN suspendeu a produção dos radiofármacos por questões orçamentárias e a Anvisa autorizou a importação excepcional dos medicamentos, no entanto, o processo é demorado e a normalização no fornecimento depende de mais recursos e a retomada da produção nacional. O IPEN precisa de mais R$89 milhões para normalizar o fornecimento até o fim do ano.

No Hospital Conceição, em Porto Alegre, por exemplo, os atendimentos foram restringidos a apenas 30% dos pacientes, priorizando-se aqueles com pior quadro de saúde. 

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) informou que destinou R$19 milhões para que o órgão não paralise a operação, entretanto esse valor corresponde a 1/5 do necessário para que seja retomada a produção. De acordo com a pasta, a inserção de mais recursos depende diretamente da aprovação do Congresso.

Em nota, o Ministério afirma que novos recursos serão repassados para aliviar a situação: “O Governo Federal vem atuando desde junho de 2021 em conjunto com Congresso Nacional para a recomposição total do orçamento do Instituto. O PLN 16/2021, previsto para ser votado na próxima semana, disponibilizará recursos ao IPEN no valor de R$ 34 milhões. A aprovação de um novo projeto de lei, da ordem de R$ 55 milhões, será necessária posteriormente para recompor o orçamento do Instituto até o fim do ano.”.

Diariamente, nove mil pessoas precisam de radiofármacos no Brasil. Os medicamentos são usados para o tratamento de doenças ou a realização de exames específicos.

Com a paralisação na produção, cerca de 211 pacientes não receberam a dose de iodo-131 no país. A Anvisa liberou a importação, mas já avisou que ocorre de forma temporária e em caráter excepcional.

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